BBB 24: a importância das habilidades socioemocionais

Você já imaginou reunir 26 pessoas que nunca se viram antes e confiná-las por até três meses em um mesmo ambiente? As chances de desentendimentos de pequeno e grande porte são altas, pois cada pessoa tem uma maneira de olhar o mundo e um jeito próprio de ser e estar nele. Esse choque de vivências é evidenciado em cada edição do Big Brother Brasil e, desta vez, não tem sido diferente.

Logo nos primeiros dias, o programa já mostrou um episódio de preconceito, quando um dos participantes falou de forma desrespeitosa sobre a prótese usada por um brother.

Casos de racismo também vieram à tona e até mesmo discussões sobre o corpo de uma sister foram feitas. As frequentes cenas de conflito têm chocado os espectadores, mas também nos provocam a reflexão: é tão difícil aceitar o outro?

O reality pode, mais do que entreter, nos fazer perceber como a educação socioemocional é primordial para uma melhor convivência em todas as esferas de nossa vida. 

Afinal, não precisamos estar isolados em um reality para encontrarmos quem pensa de outra forma.  Seja no ambiente de trabalho, numa escola ou mesmo dentro da própria casa, somos todos convidados a interagir com pessoas e trajetórias diferentes das nossas, deixando expostas nossas vulnerabilidades.

“Nesses encontros com o diferente, precisamos aumentar o repertório de soluções. Podemos ponderar de forma tranquila como agiríamos e, ao abrir espaço para uma comunicação não conflituosa, perguntar quais foram os motivos que levaram a pessoa a reagir daquela forma”, sugere Maira Maia, supervisora pedagógica do LIV.

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Como o LIV pode ajudar a melhorar a convivência

As habilidades socioemocionais, como comunicação, são essenciais para que os eventuais conflitos, em qualquer ambiente, sejam resolvidos da melhor forma. Para Maira, criar a abertura para o diálogo é o primeiro passo:

“É preciso muita escuta verdadeira, entender quem é a outra pessoa, o que ela traz, o que ela quer dizer, se mostrar aberto. Isso não significa mudar quem você é ou o que pensa, mas aprender sobre o outro. Às vezes o que ele traz acaba reforçando nossas certezas. Mas sempre há algum aprendizado”, diz Maira.

Para estimular o diálogo, o LIV procura, nas escolas parceiras, incentivar sempre a criação de espaços de fala e escuta. Só a partir das trocas, diz a especialista do LIV, é possível crescer e construir, junto com o outro, novos caminhos e histórias.

O LIV também lançou, no ano passado, um Manual de Convivência, voltado para educadores, gestores e famílias. Dividido em módulos, ele oferece, entre outros, uma entrevista com a terapeuta e mediadora de conflitos Monica Lobo, que destaca como tornar os ambientes familiar e escolar mais harmônicos com a prática da escuta ativa.

As escolas são contempladas ainda com uma cartilha com plano de aula e sugestão de  atividades com o tema “Desconstruindo o ciclo do bullying e do cyberbullying”, entre outras atividades.

Tudo tem limite

Maira ressalta que alguns episódios exibidos no BBB são mais do que problemas de convivência. Para o bem da nossa saúde mental, é sempre bom lembrar que há situações inadmissíveis, que não precisam ser toleradas:

“Uma coisa é conviver com o diferente, outra é conviver com a violência. Algumas situações em realitys podem expor casos violência moral, estrutural, racismo, preconceito de diferentes ordens. A gente tem meios legais para cuidar disso, não precisamos conviver com estes tipos de violência”, alerta.

Gostou do conteúdo e quer conhecer mais sobre o LIV e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais? Confira mais nas redes sociais e fique ligado nos episódios do nosso podcast Sinto que Lá Vem História.