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Habilidades socioemocionais ajudam a lidar com a frustração

Quem nunca viu uma criança pequena se jogando no chão, na pracinha, no parque, no meio do shopping, ou mesmo na escola, depois de receber um não? Ou até mesmo reagir com socos e tapas quando contrariada? Os motivos variam: pode ser que o pai tenha negado um sorvete, a mãe se recusado a comprar um brinquedo ou simplesmente que os avós ou outro responsável tenham decretado que era hora de ir para casa ou pedido para que ela dividisse um brinquedo. Muita gente simplifica esses momentos dizendo que são crises de birra.

Mas, na verdade, eles revelam que os pequenos ainda não aprenderam a lidar com a frustração.

Convenhamos, nem sempre é fácil, mesmo para o adulto, ter seus desejos negados. A diferença é que, depois de certa idade, é esperado que ninguém se jogue no chão ou bata em pessoas, pois, à medida em que crescemos, aprendemos a nos autorregular e a entender que o mundo não gira de acordo com nossas vontades. Como as crianças ainda estão no início desse processo de aprendizagem, nem sempre conseguem lidar com suas emoções diante do incômodo que o “não” costuma trazer.

O que fazer no auge da crise?

Para evitar episódios em que a frustração infantil extrapola para o mundo exterior de forma intensa, não é incomum que os responsáveis acabem cedendo. Não negar nada às crianças parece ser uma atitude que minimiza crises. Mas, vamos refletir: será que evitar a frustração a todo custo é a melhor maneira de promover um desenvolvimento saudável? Para Patrícia Queiroz, consultora pedagógica do LIV, a resposta é não. Os limites são estruturantes. É na falta que as crianças encontram soluções para lidar com suas questões.

“É saudável não impedir o tempo todo a frustração da criança. É importante permitir que ela seja sentida e, ao mesmo tempo, oferecer acolhimento durante esse momento. Entendemos que um dos caminhos mais eficazes para lidar com a frustração é  aprender a nomear os sentimentos e a reconhecer as próprias emoções,”, diz Patrícia.

Qual o papel da escola na construção de limites?

Quando são pequenas, as crianças são autorreferentes o tempo todo, acham que as coisas se movimentam porque elas desejam. Quando estão com fome, por exemplo, o alimento “magicamente” aparece. A educação infantil é um espaço de mediação, que ajuda a desfazer esse lugar de ilusão.

“A escola é onde a criança vai encontrar o outro, precisar se adaptar para se fazer compreender. É o local no qual ela vai precisar refinar habilidades. A inserção na escola desloca positivamente a criança do lugar ao qual ela estava acostumada, contribuindo para que ela se desenvolva”, diz Patrícia.

Diante deste mundo novo, é claro que as frustrações vão vir à tona. E é aí que a família e os demais membros da comunidade escolar devem colocar em prática habilidades socioemocionais que eles mesmos tenham desenvolvido e demonstrar, por exemplo, empatia e capacidade de comunicação.

“Não é dizer sim para tudo. É preciso dizer não quando necessário e explicar que entende que a criança tenha ficado triste, dar um abraço. Quanto mais cedo a gente permitir que frustrações aconteçam e acolhê-las, mais fácil será lidar com elas de forma saudável”, opina Patrícia.

Como o LIV ajuda escolas parceiras no processo

No LIV, este trabalho é desenvolvido desde a educação infantil, quando são oferecidas diversas ferramentas para que as crianças possam começar a reconhecer suas emoções, a lidar com suas frustrações e a entender como suas atitudes afetam os outros ao redor. 

No Ensino Fundamental Anos Iniciais, o material do LIV também contribui para que as crianças tenham mais conhecimento de suas emoções.  Uma das histórias trabalhadas envolve o personagem Tomás, que ganha um brinquedo enquanto estava esperando outro. Frustrado, ele lança o presente longe, e o quebra. Na sequência, ele se arrepende e tenta consertar o brinquedo, pois percebe como sua mãe se sentiu mal com sua reação. No final, os dois se abraçam.  A partir dessa narrativa, os professores desenvolvem uma atividade coletiva com os alunos, para que eles reflitam sobre o porquê de Tomás ter lançado o brinquedo, e digam se esta foi uma forma eficiente de resolver o problema. Este também é o momento de convidar a turma a pensar no que fazem quando sentem raiva, a reconhecer sentimentos, fundamentais para criar estratégias de autorregulação. 

O trabalho socioemocional que começa na infância acompanha os alunos durante todo o período escolar. Seja no Ensino Fundamental ou Médio, eles são convidados constantemente a refletir sobre sua relação com si mesmos e com o outro, com expectativas,  críticas e autocríticas.

No Ensino Médio, as atividades sobre frustração não são abandonadas. O material também convida os alunos a refletir sobre sua relação com expectativas, críticas e autocríticas.


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O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.