
28/08/2023
Sinto que lá vem história: LIV lança podcast sobre educação, relacionamentos e muito mais
Quem nunca se perguntou se estava errando na educação dos filhos? Explodiu de raiva com as crianças e depois sentiu culpa, sem saber como resolver o climão? Ou simplesmente botou o adolescente de castigo, por considerar que ele se comportou de forma inadequada, sem sequer perguntar por que ele agiu daquela maneira? Os exemplos são muitos e não à toa. A educação traz mesmo muitos desafios, 24 horas por dia, sete dias por semana.
O LIV acredita que quanto mais conversas tivermos sobre esses temas, mais enriquecedoras serão as relações. Por isso, resolveu criar o podcast Sinto Que Lá Vem História, um espaço para conversar com as famílias sobre educação, cuidado, relacionamento e todos os afetos que atravessam essa caminhada.
“Educar é uma tarefa diária e sem garantia de sucesso. A gente tem muitas dúvidas, medo, cansaço, incertezas. Faz parte do desafio. Mas isso também não significa que a gente não possa explorar caminhos que podem ajudar”, diz a psicóloga Renata Ishida, gerente pedagógica do LIV e uma das apresentadoras do podcast.
Joana London, diretora pedagógica do LIV, e que divide com Renata os bate-papos do Sinto que Lá Vem História, diz que a intenção do podcast é atingir o maior número possível de famílias:
“A gente quer ampliar as fronteiras, falar com diversas famílias, abordar todas essas temáticas, com convidados muito especiais, sem julgamentos, preconceitos ou culpa”.
No episódio de estreia, que foi ao ar no dia 15 de setembro, disponível no Spotify e em todas as outras plataformas de áudio, o psicólogo e escritor Alexandre Coimbra conversou de forma descontraída, mas cheia de profundidade, com Renata e Joana.
Veja alguns destaques do episódio com Alexandre:
Reconhecer os próprios erros é importante!
Alexandre fez uma reflexão valiosa sobre as dificuldades que os adultos muitas vezes têm de admitir os próprios erros, e dos impactos que esse comportamento pode causar nos filhos.
“Quando uma criança ou um adolescente percebem uma falha do adulto, ficam diante de um dilema: será que se eu falar sobre isso com minha mãe, com meu pai, eles vão me amar menos? Será que eles vão fazer alguma coisa? Eu vou ser punido por apontar os erros deles?”, indagou.
Alexandre lembrou que não é preciso – e nem possível- estar certo o tempo todo, e mostrou como as habilidades socioemocionais podem ser ferramentas para nos conhecermos melhor e, com isso, sermos capazes de estabelecer relações mais harmônicas.
“Somos aprendizes o tempo inteiro e não precisamos ter vergonha ou culpa. As pessoas têm vergonha de admitir que não sabem lidar com isso ou aquilo, normalmente os adultos se sentem na obrigação de performar sua sabedoria. Achar que a passagem do tempo nos prepara para esse tipo de aprendizagem é uma armadilha. Essa aprendizagem é consciente, a gente tem que pôr energia nisso. Não adianta só dizer que está com medo ou raiva. Isso não basta. A gente está falando do processo, como você se sente quando está com medo, raiva? O que você é levado a pensar, fazer em cada um desses momentos? Você se sente envergonhado por sentir medo tendo 40 anos e filhos adolescentes? Você tem medo de assumir que sentiu raiva do seu filho e ele achar que essa raiva aponta para um desamor?”, provocou.
A luta contra o autoritarismo precisa ser constante
Existe uma diferença entre autoritarismo e autoridade e muita gente, na prática, não sabe como diferenciar um comportamento de outro. Para Alexandre, o autoritarismo impacta o destinatário, mas também a figura que exerce o poder.
“O autoritarismo traz para a figura de poder o seguinte mandato: você não pode errar. Se errar, não assuma. Minta. Ter que dar um exemplo inabalável desumaniza a figura de poder. Nesta geração, viemos de uma educação autoritária. Somos autoritários em desconstrução. A gente ainda grita muito, a gente ainda repete aquelas frases que as nossas mães e os nossos pais disseram para a gente e a gente fala ‘meu Deus, eu virei a minha mãe ou virei o meu pai com os meus filhos”.
Como estabelecer novos tipos de relação?
Para exemplificar como as relações podem mudar e não repetir padrões, Alexandre recorreu a um episódio que aconteceu na família dele, e que pode ajudar outras que passam pelo mesmo tipo de conflito.
“Teve um dia em que eu estava tendo um chilique com meu filho mais velho, perdi completamente as estribeiras. E aí ele chegou para mim e falou calmamente, olhando no fundo dos meus olhos: ‘pai, vá se acalmar, depois eu converso com você. Eu não vou conversar com você enquanto você estiver nesse nível de descontrole’. Eu parei, fiquei olhando para aquela cena e pensei: isto não aconteceria na casa dos meus pais se eu estivesse na posição dele, mas o que que está acontecendo é que meu filho está relembrando um valor que eu já tinha colocado anteriormente, que já é cultura dentro da minha casa, sobre o respeito na hora do diálogo. Eu errei feio e ele, por não termos uma relação baseada no autoritarismo, tem o direito de me pontuar. E quando ele me pontuou, eu pude aprender com ele”.
A cada 15 dias, uma conversa para ajudar as famílias
Na primeira temporada, os episódios vão ao ar a cada 15 dias, às terças-feiras. O Sinto que Lá Vem História vai abordar temas atuais e que podem gerar dúvidas em todas as famílias. O criador da VOZ Futura e jogador da seleção brasileira de futebol e Juventus, Danilo Luiz, vai falar de sua relação com os filhos. Já o médico pediatra Daniel Becker, por exemplo, vai falar sobre o uso de telas pelas crianças e adolescentes. Caio Lo Bianco, fundador e CEO do LIV, irá, junto da psicanalista Vera Iaconelli, debater como anda a saúde mental dos adolescentes. Como ter conversas difíceis com os filhos e a solidão na relação parental são outros assuntos que vão ganhar destaque no podcast.
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O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.