
26/09/2019
O impacto da educação no bem-estar social e emocional
No início deste mês, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou seu famoso relatório “Education at a Glance” (ou “Educação em Revista”, na versão em português), que traz indicadores da Educação Básica e Superior em dezenas de países e economias pelo mundo, incluindo o Brasil. O material é uma das principais fontes de dados usados em artigos e pesquisas sobre educação e este ano destacou principalmente os desafios do setor em um cenário econômico e social de rápidas mudanças. Os indicadores do relatório fornecem, de modo geral, informações sobre os recursos humanos e financeiros investidos na educação e sobre como os sistemas de ensino e aprendizagem operam e evoluem ao longo dos anos, bem como influenciam a vida das pessoas. O documento completo em inglês tem cerca de 500 páginas e aborda diversos aspectos dos níveis de formação educacional em cada país. Selecionamos a seguir três indicadores que falam especialmente sobre como o nível de escolaridade impacta no bem-estar social e emocional das pessoas. Confira:
Habilidades socioemocionais e participação social
As evidências levantadas no relatório indicam que, em geral, os níveis de participação cívica em diferentes países são inadequados, colocando um desafio para a manutenção e melhoria das sociedades. Segundo a OCDE, “a educação pode desempenhar um papel importante para garantir a coesão social, promovendo as habilidades socioemocionais que podem contribuir para melhorar as conexões sociais e proteger as pessoas do isolamento em relação as suas comunidades”. Ainda de acordo com o relatório, embora as interações sejam moldadas pelo contexto social e pelo status socioeconômico de cada família, as pessoas, de modo geral, expandem suas redes de contato e aumentam sua participação na força de trabalho ao prosseguir nos estudos por mais anos, mostrando os impactos positivos da educação.
Participação em atividades culturais e esportivas
A participação em várias atividades sociais nos países analisados pela OCDE é maior, em média, entre adultos que cursaram o ensino superior do que entre seus pares de nível de escolaridade inferior. No entanto, a vantagem da conexão social para indivíduos com ensino superior depende muito do tipo de atividade medida. Em média, aponta o estudo, a participação em atividades culturais e esportivas, nas mídias sociais e em trabalhos de voluntariado está altamente relacionada ao desempenho educacional. Mais de 90% dos adultos com educação superior participaram de atividades culturais e esportivas nos 12 meses anteriores à pesquisa, enquanto menos de 60% dos adultos com educação abaixo do ensino médio o fizeram. Essa é a maior lacuna de escolaridade entre os diferentes domínios de conexão social medidos pelo estudo.
Ter alguém para pedir ajuda
A partir de cruzamentos de dados sobre o bem-estar social e emocional de adultos e seu nível de escolaridade, o relatório da OCDE concluiu que, embora os níveis educacionais impactem em questões como cidadania e participação social, ele não tem tanto impacto quando o assunto é ter alguém próximo para pedir ajuda. Segundo o documento, independentemente de sua conquista, a grande maioria das pessoas nos países pesquisados pode contar com algum tipo de rede social, pois na maioria das vezes tem alguém para pedir ajuda. Em média, entre os países da OCDE, 97% dos adultos com ensino superior relataram ter alguém para pedir ajuda se necessário, caindo para 95% entre os adultos com ensino médio, e para 90% entre os que não concluiram o ensino médio.
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O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.