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O papel dos educadores no desenvolvimento socioemocional


Um indivíduo em fase de desenvolvimento – de caráter, comportamento, intelectual, ou qualquer outro – é considerado um indivíduo em aberto. E isso se estende continuamente pela vida. Isso porque estamos sempre em constante movimento e passando por diversas crises e conflitos, não importa a idade. Essa é a defesa Henri Wallon, filósofo e psicólogo francês. Tendo como ponto de partida esse princípio de construção do ser humano, trouxemos uma reflexão sobre a participação dos educadores no desenvolvimento socioemocional dos indivíduos.

O papel dos educadores no desenvolvimento socioemocional -LIV Inteligência de Vida

Apesar de o indivíduo estar em constante desenvolvimento, a infância é a parte mais marcante desse processo. É nessa fase da vida que o sistema neurológico está em pleno e acelerado desenvolvimento, garantindo a formação da personalidade de cada um.

Dessa forma, sabemos que é extremamente importante que as pessoas ao redor da criança estejam cientes de sua importância e impacto no desenvolvimento infantil. Isso porque todo indivíduo que tiver contato ativo com ela deixará sua contribuição para a construção dessa história.

Nesse sentido, quanto à educação infantil, é fundamental a participação dos educadores no desenvolvimento, tanto no que tange ao socioemocional quanto aos aspectos estritamente cognitivos, principalmente porque, depois da família, o primeiro contato social de uma criança acontece no ambiente escolar.

Os educadores no desenvolvimento socioemocional das crianças

Segundo Reuven Feuerstein, psicólogo e professor israelense, o ser humano aprende muito mais quando há a presença ativa de um mediador. Isto é, quando há uma pessoa que usa de seu conhecimento para intervir (positivamente) na construção do outro. Dessa forma, o mediador serve para dar sentido às experiências, construir um conhecimento conjunto e desenvolver funções cognitivas.

Nas escolas, o papel do professor é justamente o de mediador. Durante o desenvolvimento das habilidades socioemocionais, ele precisa trabalhar a compreensão do conteúdo incluindo os contextos individuais dos educandos, pois é essencial que a criança ou o adolescente consiga internalizar os conhecimentos a partir de uma vivência pessoal.

Nesse sentido, o professor pode acrescentar situações intencionalmente e promover essas reflexões. Para isso, os educadores que atuam no desenvolvimento socioemocional de seus alunos precisam desenvolver um processo de ensino-aprendizagem que considere as diversas maneiras de aprender e possa ir além de o cognitivo, trabalhando juntamente com esse.

Por exemplo, no Laboratório de Inteligência de Vida (LIV), os primeiros anos de escola têm como objetivo a criação de um ambiente coletivo no qual as crianças saibam que todos os sentimentos são permitidos. Para isso, os alunos são acompanhados por personagens fictícios que, ao longo de suas histórias, experimentam diversas vivências, sentimentos e relacionamentos.

A partir da ludicidade, observação e reflexão sobre os personagens, os alunos conseguem identificar e reconhecer emoções e “se colocar” na história, trabalhando assim o  desenvolvimento socioemocional.

No decorrer dos anos escolares, os alunos passam a entrar em contato com o mundo mais complexo de emoções, sentimentos e habilidades. Mais do que isso, passam a questionar-se sobre eles. “O que é raiva?”, “O que é tristeza?”, “Como eu demonstro esses sentimentos?”. E, dessa forma, contribuem para a construção do seu autoconhecimento, autorregulação e empatia.

Leia também: A inteligência socioemocional de Malala

Um cidadão não se forma apenas por boas notas

Como vimos, segundo Henri Wallon, o indivíduo está sempre em desenvolvimento. Então, além de compreender suas emoções, é preciso trabalhá-las para que haja uma compreensão completa de si mesmo e do ambiente em que está inserido e interagindo. Ou seja, se colocar no lugar do outro e ter relações saudáveis pode ser tão importante quanto ter boas notas.

Por isso, é primordial que os educadores saibam que inteligência é muito mais do que tirar nota 10 em provas e trabalhos, e que é possível auxiliar no desenvolvimento cognitivo a partir de um trabalho bem estruturado com as habilidades socioemocionais.

É papel do educador observar e compreender o ambiente de sala de aula. E, a partir disso, auxiliar os alunos no que for preciso. Por exemplo, são muitas as pessoas que têm dificuldade em apresentar trabalhos, ou se sentem inseguras demais na hora da prova e acabam sendo taxadas como desqualificadas. Além daquelas que têm dificuldade em se relacionar e acabam indo mal em atividades em grupo. Para todos esses casos, é primordial que o educador seja presente e dê o acolhimento necessário para estimular a confiança das crianças para que elas possam mudar este cenário.

A importância da Inteligência Emocional

Já sabemos que para contribuir na construção de pessoas bem-sucedidas não basta proporcionar apenas conteúdos e abordagens puramente cognitivas. É preciso ir além. Porém, para que esse assunto ganhe expansão e a devida conscientização, é preciso que haja um diálogo entre educadores e, dessa forma, que eles compreendam a importância do processo de desenvolvimento socioemocional.

A partir desse diálogo frequente entre os mediadores do conhecimento, o esperado é que cada vez mais instituições adotem esse método de ensino e colaboração com a construção dos indivíduos.

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O desenvolvimento da Inteligência Emocional na sua escola

Investir na construção do indivíduo completo é essencial para preparar uma pessoa para os desafios do presente e do futuro. Se você é educador e tem vontade de trabalhar o desenvolvimento socioemocional na sua escola, faça download dos nossos materiais educativos e entenda como aplicá-los começando agora mesmo. Para saber mais, conheça o Laboratório Inteligência de Vida e leve-o para a sua escola.

O papel dos educadores no desenvolvimento socioemocional -LIV Inteligência de Vida



O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.