A lista de benefícios da leitura já comprovados pela ciência é imensa: ela pode impulsionar o desenvolvimento cerebral, as capacidades cognitivas, a memória, o desempenho escolar e até a vida profissional. Dentre todos esses, gostaríamos de destacar neste post o benefício da leitura para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.
De acordo com uma pesquisa da universidade The New School, em Nova York, Estados Unidos, o ato de ler, especialmente livros de ficção, melhora a capacidade do leitor em entender o que outros estão sentindo e pensando. Para chegar a essa afirmação, os pesquisadores Emanuele Castano e David Kidd realizaram cinco estudos nos quais dividiram um número variável de participantes (de 86 a 356) e deram diferentes atribuições de leitura: ficção, ficção literária, não-ficção ou nada. Depois de terminarem os trechos, os participantes fizeram um teste para aferir sua capacidade de entender os pensamentos e as emoções de outras pessoas. Eles descobriram, então, uma diferença significativa entre quem leu ficção e quem leu não-ficção, ou não leu nada.
Os resultados, publicados na revista científica Science, sugerem que a leitura de ficção é uma valiosa influência socializadora e que isso se dá, em grande parte, pela maneira como a narrativa constrói seus personagens, algo que muitas vezes desperta sentimentos do próprio leitor, levando-o a pensar mais sobre aquilo, ou até se colocar na mesma situação de um personagem. A empatia, de acordo com outros estudos semelhantes, é o resultado positivo desse tipo de leitura. É exatamente a capacidade de se colocar no lugar de alguém e entender o que está se passando. É a capacidade de abrir-se para o que estão sentindo. Pessoas empáticas têm a capacidade de se conectar com os outros em um nível mais profundo – exatamente o que acontece quando lemos uma história que prende nossa atenção. E com diferentes questões sociais em andamento, como bullying e preocupações com a saúde mental dos jovens, ensinar empatia às crianças é mais relevante do que nunca.
Em artigo publicado em inglês no site da Michigan State University, nos Estados Unidos, a pesquisadora e psicóloga Michele Borba ofereceu três maneiras simples de encorajar o desenvolvimento da empatia durante a leitura, e que podem ser recomendados para crianças e adolescentes. Traduzimos o conteúdo a seguir, confira:
Nas escolas que trabalham com o currículo socioemocional do LIV – Laboratório Inteligência de Vida a leitura faz parte da rotina, tanto nas aulas quando em casa. Desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, a leitura é inserida como parte do material do aluno, do professor e da família. No Ensino Fundamental, por exemplo, os alunos são acompanhados desde o 1º ano por um grupo de personagens criados com exclusividade para o material. Tomás, Geraldo e Fernanda e, posteriormente, a turma da série A Chave do Teatro, ajudam os estudantes na descoberta de seus próprios sentimentos e dos outros. Ao vivenciar essas histórias, muitas vezes os alunos sentem o desejo de expressar suas próprias emoções e se colocam no lugar dos personagens, aprendendo um vocabulário mais amplo para poder se expressar. Para saber mais sobre o material e como ele dialoga com a leitura, acesse www.inteligenciadevida.com.br
A inteligência emocional é um componente de suma importância para as crianças, pois são responsáveis por desenvolverem adultos sadios e com responsabilidade para si e para com os que estão a sua volta.
Psicólogo do Colégio Dom Barreto (Teresina/PI)
Professora do Espaço Inteligente (Fortaleza/CE)
Professora e sócia da Wish School (São Paulo/SP)
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