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Em época de Enem, é bom lembrar que nenhuma escolha é definitiva

Na vida, todo mundo tem escolhas. Nessa época do ano, muitos adolescentes, prestes a concluir o Ensino Médio, definem alguns rumos e enfrentam inseguranças, pois nem sempre é fácil saber qual caminho seguir. O importante, nessas horas, é entender que nada é definitivo e que, ao longo da jornada, é possível mudar — seja porque o projeto inicial deixou de fazer sentido ou porque não saiu como planejado. 

A possibilidade de erro deve ser sempre levada em consideração, não como uma ameaça, mas como um lembrete de que os caminhos que não foram imaginados trazem também a oportunidade de aprendizado, diz Beatriz Gonçalves, especialista pedagógica do LIV. Além disso, diz ela, adolescentes, adultos e crianças precisam se acostumar com a tomada de decisão, já que o tempo todo fazemos escolhas, muitas vezes sem nem mesmo percebermos.

“Nas aulas do LIV, sempre mostramos que fazemos escolhas o tempo todo. Não é só no momento do Enem que optamos por algo, escolhas diferentes são feitas todos os dias. E é importante perceber que elas não são definitivas. Mesmo as mais estruturadas, mais alinhadas com os sonhos, vão trazer momentos agradáveis e outros nem tanto”, diz a especialista.

Série ajuda a refletir sobre a impermanência de escolhas

Beatriz diz que uma das séries do LIV, voltada para adolescentes, tem como personagens jovens no ano seguinte à saída do Ensino Médio . “Ano que Vem” mostra que, mesmo para aqueles que estão vivendo o que desejavam, há sempre momentos desafiadores. E, mais do que isso, revela que, independentemente de tudo, sempre há descobertas e possibilidades diferentes pelo caminho. 

“Pensar que há outras possibilidades traz conforto, sobretudo para o adolescente, que, aos 16 anos, acha que precisa fazer escolhas que definirão o resto da vida — e pode ser que elas não guiem nem os próximos dez anos”.

Como a educação socioemocional pode ajudar no processo 

Em todos os tipos de escolha, sejam elas simples ou complexas, as habilidades socioemocionais são de grande ajuda. O autoconhecimento, por exemplo, contribui para eleger  caminhos de forma mais assertiva.

“Se você se conhece, sabe o que quer e o que não deseja, fica mais fácil. Você quer ser médico, mas não se vê trabalhando em hospital ou falando com pacientes? Talvez precise reavaliar a escolha ou trabalhar o que considera difícil nessa área, por exemplo”, diz Beatriz, que também destaca que o autoconhecimento auxilia ainda a não ficar refém de expectativas alheias. “O autoconhecimento também ajuda a pessoa a trilhar seu próprio caminho, em vez de seguir o que esperam dela”. Outra habilidade fundamental em momentos de escolha é a comunicação, diz a especialista do LIV. 

“Faz mais sentido para você cursar Artes Cênicas do que Direito? Você se sente confortável em comunicar isso de forma eficaz, para que as pessoas à sua volta entendam e tenham limites diante de sua escolha?”, questiona Beatriz.

A especialista aponta ainda que o pensamento crítico é um requisito importante para refletir sobre cada  escolha e antecipar os possíveis desafios que possam surgir. Além disso, diz Beatriz, é importante ter em mente que a frustração pode acontecer, mas aprender a lidar com esse sentimento pode abrir novos caminhos.

“Na série, uma personagem não passou para a faculdade que queria. Mas isso trouxe outras possibilidades e ela optou por seguir para o mercado de trabalho. Na vida, é preciso lidar com a frustração e ver que há outros lugares diferentes daqueles que imaginamos”.

Decisões diárias nos preparam para escolhas como o Enem

Beatriz lembra que o Enem não é a única fase em que os estudantes têm que fazer escolhas. É muito comum na vida escolar, por exemplo, precisar optar entre estudar para uma prova ou sair com os amigos, deixando os estudos de lado. 

“Se um aluno comete bullying com outro, os colegas têm três opções: fazer também, não fazer ou denunciar. Em todos esses exemplos, é preciso lidar com as consequências. Por isso, é importante saber que mesmo a não-escolha é uma escolha”, lembra Beatriz.

 


Quer conhecer mais sobre o LIV e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais? Confira mais nas redes sociais e fique ligado nos próximos episódios do Sinto que Lá Vem História.

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O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.