Enem, ansiedade e o desafio da inteligência emocional
8 de novembro de 2018
Com a chegada do Enem e alguns vestibulares se aproximando, os estudantes passam a “respirar” as provas e chegam a apresentar sintomas de ansiedade e angústia. São inúmeros os fatores e as pressões que influenciam esse momento.
A primeira é a decisão de qual carreira seguir, ainda mais nos dias atuais, em que o futuro de diversas profissões está ameaçado e a pluralidade de opções e caminhos aumentou de maneira exponencial.
Fazer essa escolha não é tarefa fácil e pode ser agravada pela muito frequente pressão da família, que pode ser explícita ou velada. Além dela, existe a pressão social: muitas vezes o jovem nem gosta tanto da ideia de ser um médico, por exemplo, mas como “dá dinheiro” ele acaba por tentar, sem ter nenhuma ligação afetiva ou de interesse.
Porém a escolha é apenas um passo, é preciso conquistar uma vaga e, para tanto, enfrentar um processo de competitividade. Em uma época da vida em que a grande maioria dos jovens são convocados a se afirmar perante os grupos sociais, a prova do Enem ou vestibular chega como mais um teste e, muitas vezes, o resultado pode ser recebido como a comprovação de sua total capacidade ou falta dela. Diante das listas que ranqueiam as colocações nas provas, é quase inevitável fazer comparações – outro fator mexe com a segurança e a autoestima de todos.
É fato que ansiedade e angústia não podem ser evitadas. Elas fazem parte do ser humano, assim como outros inúmeros sentimentos. Esse é um momento de definições e encaminhamentos pelo qual os jovens atravessam. Por isso, é altamente recomendado que o estudante possa frequentar ambientes que favoreçam a escuta dessas tensões. O melhor caminho é desenvolver uma comunidade escolar que crie e estimule as trocas entre os jovens, onde todos possam falar o que sentem sem medo de serem criticados ou questionados. Isso facilita que os sentimentos possam ser melhor elaborados.
O mais importante é ressaltar que Enem ou vestibular sozinhos não são responsáveis pelo adoecimento dos jovens. Precisamos pensar que todo o sistema educacional, o contexto histórico econômico e social, as mudanças físicas e hormonais, e a família formam um “combo” que podem aumentar ou diminuir a probabilidade de o jovem adoecer. De qualquer modo, a competitividade e as incertezas cada vez maiores nessas provas podem adubar o que já é ruim, tornando esse período da vida ainda mais estressante. Sintomas de ansiedade são os mais frequentes: alteração no sono, no apetite, inquietação, falta de concentração, agressividade, crises de choro ou até vômitos, tremores e dores no corpo.
Vale lembrar que sintoma não é doença, mas sim um sinal de que algo não vai bem. Precisa ser olhado e cuidado para que não se torne crônico. Criticar o jovem por essa mudança de comportamento não o ajuda, por exemplo. É importante abrir o espaço para o diálogo, dentro e fora da escola. Entender que uma palavra mais grosseira pode significar um sofrimento por ansiedade e não uma falta de respeito, por exemplo.
Para que situações como essa sejam evitadas, não existe uma equação exata. Mas já se sabe que é possível atingir bons resultados ao investir tanto no trabalho de autoconhecimento pessoal quanto no desenvolvimento dos laços interpessoais, em um conjunto que reúne a escola e a família como base para que o jovem possa superar o desafio dessa etapa passageira.
*Artigo de Raul Spitz e Renata Ishida, psicólogos e consultores pedagógicos do LIV – Laboratório Inteligência de Vida, publicado originalmente em: 06/11/2018 no jornal Diário de Pernambuco.
“Já ouvimos de alunos que essa era a aula que eles mais gostavam. O LIV nos trouxe uma sensação de que nossa aposta estava indo na direção correta, porque a ideia é: o foco tem que ser o aluno! Se a gente perder o foco no aluno, não tem por quê ter escola. Então, se o foco é o aluno e ele percebeu que aquilo foi um ganho para ele, dá a entender que estamos no caminho mais correto.”
Silvio Panteleão
Gestor do Centro de Ensino Charles Darwin
“Recebemos depoimentos de pais que trazem para nós a importância do projeto LIV na vida de seus filhos. Muitos mandam recados para a coordenação e professores falando o quanto isso tem ajudado na relação em casa, outros contam que há mais entendimento com os filhos, por exemplo. Notamos também que as dinâmicas que os alunos vivenciam nas aulas são levadas para casa.”
Marcos Cunico
Diretor pedagógico do Colégio Paulo Freire
“O LIV ofereceu um conhecimento que eu não tinha, com temas que pude estudar e aprofundar, além de um suporte com questões que antes eu não sabia como abordar. Todos os pais comentam comigo quando têm oportunidade sobre o suporte emocional que os filhos estão recebendo nas aulas.”
Ana Carolina de Melo Silva e Silva
Coordenadora pedagógica e professora de LIV no Colégio Batista de Itabuna
“Destaco que a parceria do LIV é uma parceria de verdade, pois, quando precisamos de qualquer apoio, a equipe nos ajuda a adaptar o material, produzindo juntos um conteúdo adequado ao contexto, e que é muito bem recebido pela escola. Tenho na equipe do LIV uma parceria constante.”
Renata Baccarat Ramos
Psicóloga e coordenadora do Projeto Socioemocional do Colégio Sarah Dawsey
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