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Qual é o papel do adulto para lidar com o bullying?

Qual é o papel do adulto para lidar com o bullying?

Saiba como lidar com o bullying e, ao mesmo tempo, desenvolver a inteligência emocional!

Você já presenciou algum caso de bullying em sua escola ou em sua família? O que passou em sua cabeça no momento? Você se deixou levar pelo julgamento prévio dos envolvidos?

Embora muitos de nós tenhamos vivenciado o bullying na infância ou adolescência, quando nos tornamos adultos pode ser difícil sabermos exatamente como agir quando uma situação dessas acontece diante dos olhos, ainda mais quando envolvem crianças e adolescentes que conhecemos de perto. 

Por isso, além de pensar em como ajudar os mais jovens a se comportarem diante desses casos, também precisamos observar e trabalhar os aspectos socioemocionais dos adultos envolvidos, sejam eles familiares ou educadores do âmbito escolar, incluindo desde o porteiro até o(a) diretor(a) na abordagem do assunto.

Segundo Patrícia Queiroz, psicopedagoga e consultora pedagógica do LIV – Laboratório Inteligência de Vida, pensar nesse aspecto é um dos pontos essenciais para que os adultos possam lidar com o bullying. “Enquanto adultos e educadores, temos o papel de exercitar o olhar sem julgamentos. Sabemos que pode não ser uma tarefa fácil, mas sem esse exercício acabamos por cultivar uma visão parcial ou fragmentada dos acontecimentos. Isso quer dizer que em determinada cena de bullying, tanto a ‘vítima’ quanto o ‘agressor’ necessitam de ajuda e mediação dos educadores. Até mesmo porque esses papéis não são fixos entre crianças e jovens”.

Qual é o papel do adulto para lidar com o bullying? -LIV Inteligência de Vida

No bullying, os papéis são fluidos e precisamos estar atentos!

Patrícia explica que um dos primeiros pontos de atenção para os adultos refletirem sobre os casos de bullying é o fato de que não existem papéis únicos e pré-definidos quando falamos desse tipo de violência. “Todo caso de bullying tem uma pessoa agredida, um agressor e pode ter um ou mais espectadores, mas esses papéis não são fixos, eles são fluidos. Há casos em que uma criança ou um adolescente que já agiu como agressor também possa ocupar o lugar do agredido, por exemplo, ou alguém que antes costumava só observar a cena pode passar a praticar ou sofrer bullying”, observa.

Vale lembrar que o bullying é uma prática social que envolve atitudes agressivas, sejam verbais ou físicas, de caráter intencional e repetitivo.  Existem diversos fatores que o implicam, seguindo para além de uma simples relação entre “aquele que agrediu” e “aquele que foi agredido”, que não necessariamente estão sozinhos nessas posições. 

O mais importante é não colocar todos em “caixinhas” de agressor, vítima ou espectador. 

“Não podemos ter uma visão cristalizada sobre um problema de bullying. Em muitos casos, aquele que pratica a violência também pode estar com problemas e, como adultos, precisamos entender o que está acontecendo de fato”, aponta a consultora pedagógica do LIV, e completa:

“O bullying significa um grande alerta. Devemos voltar nossa atenção e nosso cuidado com a saúde emocional e física de todos os envolvidos, sem esquecer dos que assumem o papel do agressor em determinada cena. Estes também estão comunicando que algo não vai bem, uma vez que externam sentimentos e emoções de uma forma inaceitável. Precisamos enfatizar limites, mostrar formas possíveis de autorregulação e comunicação, além de auxiliá-los no movimento empático, pois os casos de bullying, infelizmente, podem assumir proporções catastróficas, como temos acompanhado pelos noticiários. Por isso, é necessário cuidarmos dos desafios da convivência não só de forma pontual, mas também com um caráter preventivo em relação ao bullying”.

Lidar com bullying é um exercício de inteligência emocional

Para os adultos, tanto educadores quanto familiares, lidar com o bullying exige um exercício constante de inteligência emocional e de empatia. “É essencial ouvirmos os envolvidos, pontuar limites e consequências das escolhas nas relações e promover o cuidado contínuo com as mesmas. É papel dos adultos mediar esses conflitos e ajudar no cultivo de relações mais saudáveis”, afirma Patrícia.

Por isso, devemos intervir na situação imediatamente e realizar um acompanhamento com os sujeitos envolvidos. “Um caso de bullying não determina, necessariamente, se a pessoa é boa ou má, nem forte ou fraca. É necessário não generalizar os casos e não rotular previamente estes indivíduos”. 

Além disso, é importante não silenciarmos, nem relativizarmos ou diminuirmos os sentimentos dos envolvidos, pondera a consultora. “Precisamos pensar em como isso nos afeta enquanto adultos e como podemos mediar a situação dessa posição, usando nossa própria inteligência socioemocional”.

4 dicas práticas para o adulto lidar com bullying

  • Estimular as crianças e os adolescentes a expressarem os sentimentos

O melhor a se fazer é ajudar as crianças e os adolescentes a expressarem os sentimentos, demonstrarem o que gostam e não gostam, compreenderem seus limites e comunicá-los com clareza, além de respeitar os limites das outras pessoas, pois isso irá ajudar na construção de um diálogo mais aberto e na busca de mais empatia.

  • Incentivar que falem com alguém de confiança

Além disso, o adulto também precisa incentivar os envolvidos a sempre falar sobre o caso com alguém de confiança. “Seja essa pessoa você mesmo ou um professor, um membro da coordenação escolar, um funcionário do colégio, ou um membro da família. O principal é não deixar a criança enfrentar o bullying sozinha”, esclarece Patrícia.

  • Estar atento e refletir 

Outro ponto é estar atento ao meio e refletir sobre como o outro pode estar recebendo determinada fala, se esta também pode estar afetando a outra pessoa. “Se a criança diz que não gostou de uma fala ou situação, não tem por que o adulto dizer que é só uma ‘brincadeira’ e minimizar o ocorrido. É importante legitimar a dor dos envolvidos e não dizer que ‘isso é coisa de criança’ ou que ‘vai passar’”, pondera.

  • Um olhar para si

O próprio adulto precisa se observar constantemente, refletindo como está agindo diante dos fatos. É importante lembrar sempre que, assim como nós, nossos filhos e alunos desempenham diferentes papéis em suas vidas, e, por isso, não se trata de tentarmos reduzir os casos de bullying à culpabilização, mas sim de termos uma visão mais ampla de como estão lidando com o mundo e com eles mesmos. “Assim, podemos acompanhá-los de maneira mais acolhedora e assertiva. É sempre um desafio, mas com desenvolvimento emocional podemos ajudá-los verdadeiramente”, conclui Patrícia. 

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O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.



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