Cinco desafios dos gestores: algumas dicas para enfrentá-los no ano que vem

O final do ano letivo está se aproximando e muitos gestores já começam a planejar o que irão realizar no próximo período. Além de imaginar as conquistas que almejam, é natural que considerem também as dificuldades que talvez enfrentem. Afinal, assumir a direção de uma escola nem sempre é fácil. 

A tarefa demanda uma série de habilidades, que incluem a capacidade de liderar uma equipe, com toda a complexidade presente nas relações com o outro. Como se não bastasse, ainda é necessário, entre outras coisas, garantir o equilíbrio financeiro.

“Com tanta coisa em jogo, os gestores precisam ter ao longo do dia espaços de descompressão. Nesses momentos, as habilidades socioemocionais ajudam muito, já que a autorregulação pode auxiliar a estabelecer prioridades e a lidar melhor com conflitos”, diz Rafaela Paiva, consultora pedagógica do LIV.

Rafaela elencou cinco dos principais desafios que os gestores enfrentam frequentemente e refletiu sobre algumas formas de apoiá-los para que atravessem 2025 de uma forma mais tranquila. Confira os principais pontos:

Comunicação

Uma das principais dificuldades que os gestores enfrentam refere-se à comunicação, que não é simplesmente o ato de passar informações. Ela precisa ser respeitosa, ser entendida pelo receptor e, além do mais, ser adequada a quem se destina. Ou seja, precisa ser diferente para alunos, equipes e famílias, mas sempre com respeito e buscando a conexão.

Rafaela sugere que estar atento aos sentimentos e às necessidades envolvidas nas situações que mediamos, incentivando condições favoráveis para que todos se sintam à vontade para compartilhá-los, é um caminho para criar esta conexão. São premissas da comunicação não-violenta cuja prática pode nos proporcionar trocas cada vez mais significativas e empáticas.

Gestão

Muitos gestores “abraçam o mundo com as mãos” e querem dar conta de toda a rotina da escola sozinhos. Um caminho para lidar com essa dificuldade é exercitar o hábito de delegar.

“É importante dividir responsabilidades, ouvir a equipe de apoio. E, mais do que tudo, o gestor precisa entender que o outro nunca irá executar exatamente como ele faria. É essencial compreender que existem outras formas de fazer as coisas e que isso não é ruim. Pelo contrário, pode enriquecer as relações e as formas de trabalhar. Essa disposição exercita a nossa flexibilidade cognitiva e emocional, muito importante para a mediação de conflitos e para o estímulo à criatividade e inovação”, diz Rafaela

Saúde mental

Praticar o autocuidado e também observar a saúde mental da equipe pode ser um desafio para muitos gestores. Sobre isso, Rafaela diz que a inteligência emocional pode ser uma importante aliada. 

“O autoconhecimento nos ajuda a entender quais situações ou tarefas do cotidiano escolar podem ser mais desafiadoras. Isso ajuda a organizar compromissos e a ter foco em meio ao estresse. Se é difícil atender famílias, por exemplo, o gestor precisa estabelecer que não fará isso todos os dias e intercalar essa necessidade com tarefas que sejam mais prazerosas. A autorregulação das emoções nos ajuda a aproximar mais as nossas práticas – formas de se relacionar e se comunicar – das nossas intenções, fugindo dos comportamentos reativos em situações de estresse, por exemplo, e que muitas vezes foram automatizados ao longo da vida”.

Em relação à equipe, um olhar atento se faz também necessário. 

“Isso precisa ser recorrente, consistente no cotidiano escolar – e não apenas durante campanhas como o Setembro Amarelo. Uma boa ideia é oferecer espaços seguros de escuta para professores e demais funcionários dentro da rotina escolar. Espaços onde uma comunicação horizontal se estabelece, e todos são convidados a compartilhar como se sentem, incluindo você, gestor. Não para necessariamente encaminhar ou resolver os problemas, mas para ajudá-los a reconhecer as próprias emoções e refletir coletivamente sobre o impacto emocional das experiências escolares. Também é importante incentivar as equipes a fortalecerem redes de apoio internas, protocolos de cuidado coletivo e autocuidado”, recomenda a especialista do LIV

Organização financeira

Mais uma vez, a capacidade de delegar e pedir ajuda precisa ser exercida. Muitos gestores não têm afinidade com cálculos e finanças e se veem às voltas com preocupações com balanços, despesas, lucros. Recorrer a alguém da equipe de confiança, e que tenha mais facilidade, não é nenhum demérito. 

“Essa questão financeira muitas vezes é desafiadora e impacta a nossa capacidade de se conectar e estar presente nas relações. Demanda autorregulação emocional para conseguir lidar com alguns desconfortos, sem perder a perspectiva maior e a atenção às pessoas, estar presente no dia a dia da escola, mesmo com essas preocupações”, diz a especialista do LIV.

Campanha de matrícula

O momento pode ser de estresse para muitos gestores. Conhecer o público-alvo da escola é um bom caminho para que as campanhas de matrícula sejam bem-sucedidas. Ter uma comunicação eficiente, para que os pais realmente entendam o que esperar da escola, é outro ponto que deve ser observado.

Quer conhecer mais sobre o LIV e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais? Confira mais nas redes sociais e fique ligado nos próximos episódios do Sinto que Lá Vem História.