O tema bullying não é novidade nas escolas, mas ainda é difícil enxergar um cenário em que deixará de ser motivo de apreensão entre pais e educadores. Nos últimos anos, por conta do aumento de notícias sobre esse tipo de violência, parece que ela passou a ser mais comum nas escolas. O assunto foi tão constante na última década, que no dia 7 de abril de 2016 chegou a ser promulgada uma lei definindo a data como o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola.
Embora seja verdade que o bullying faça parte do contexto escolar há muito mais tempo, também é verdade que o aumento do debate sobre ele tem levado a avanços significativos no combate à violência. “Os conflitos são necessários para qualquer ambiente onde humanos se relacionam, principalmente quando se trata de jovens, mas estamos trabalhando para que esses conflitos existam sem violência”, afirma Joana London, psicóloga e gerente pedagógica do LIV – Laboratório Inteligência de Vida.
Nas escolas onde tem parceria, o LIV, como programa socioemocional, se compromete a abordar tanto as questões emocionais quanto as questões sociais presentes na vida dos estudantes. Segundo Joana, o bullying passa por esses dois campos. “É um comportamento social que está completamente ligado ao emocional. Podemos garantir isso pois, ao nos aprofundarmos nos relatos, é comum identificarmos que não há só um personagem em sofrimento e sim todos envolvidos, inclusive o próprio ambiente”, observa.
Para ajudar a identificar as origens do bullying e reduzir seus impactos negativos, o LIV busca levar para o contexto escolar a prática da escuta e do diálogo constantes. “Desde a educação infantil, quando exploramos as diferentes personalidades dos personagens do material, estamos abordando a importância do respeito às diferenças. Essa lógica acompanha os alunos até o ensino médio, sempre adaptando a complexidade do tema com a idade trabalhada”, destaca Joana.
No 6º ano do ensino fundamental, por exemplo, o programa propõe aos alunos um projeto colaborativo com o tema Não tem graça. “Inspirados no filme Extraordinário, os estudantes exploram as diversas situações em que o bullying pode aparecer, o contexto onde aparece, quem são as pessoas que costumam estar envolvidas nessa dinâmica. Ao final, elaboram um projeto para conscientizar a escola da gravidade que está por trás do tema”, explica a gerente pedagógica.
Para contar um pouco mais sobre com essa e outras atividades estão inspirando melhorias no clima escolar, propusemos às escolas parcerias do LIV que gravassem um vídeo sobre ações de combate ao bullying e à violência entre seus estudantes. Recebemos dezenas de mensagens inspiradoras, que mostram como ações estratégicas inseridas no cotidiano das salas de aula podem reduzir esses casos. Confira:
Por que falar de bullying é importante o ano todo
Embora as efemérides chamem a atenção para questões como o bullying e a violência escolar, é importante lembrar que essas temáticas devem ser alvo de atenção o ano todo. “O fenômeno bullying se refere a posturas violentas, físicas ou verbais entre os estudantes, sem que exista uma motivação aparente. Ela acontecem de maneira intencional e constante. Esse movimento gera angústia e dor e cria-se uma relação desequilibrada de poder. O bullying não envolve apenas a vítima e o agressor, mas também os sujeitos que presenciam, testemunham e vezes até influenciam”, explica Joana.
Pesquisa feita pela ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência) mostra que para 60,2% dos alunos o bullying ocorre mais frequentemente dentro das salas de aula do que em outros espaços, ou seja, é algo não está sendo cuidado nesse ambiente e possivelmente adultos presenciaram essa experiência. Para Joana, “considerando o papel fundamental da escola no desenvolvimento do ser humano é necessário compreender a violência nesse ambiente como parte do sintoma de uma crise nas relações sociais que não se restringe a esse espaço”.
Outro dado importante da pesquisa da ABRAPIA é que 41,6% dos que admitiram ser alvos de bullying disseram não ter solicitado ajuda aos colegas, professores ou família, demonstrando assim a falta que faz uma rede de apoio para esses jovens. Já as pesquisas feitas com os agressores comprovam que a maioria deles trazem de casa uma realidade de abandono e de famílias desestruturadas. “Além de entender o conceito e as implicações práticas, é extremamente importante abordar a temática da diferença, da descriminação e da violência na sua forma mais ampla. Quando ampliamos o entendimento do conceito e abordamos as temáticas que o circundam, damos a oportunidade para os alunos repensarem em como afetam e como são afetados por esse processo. Assim podemos fazer um trabalho de transformação”, afirma Joana.
Ela destaca ainda que, embora sejam muitos os fatores ligados à complexidade desse tema, há duas atitudes importantes a serem tomadas que podem servir para a prevenção dessa conjuntura: investir na comunicação e enxergar a escola como um grande ambiente de mudança. “É através do diálogo, espaços de escuta e respeito que os vínculos são criados. Para funcionar bem, esse diálogo precisa se expandir para todas as relações presentes na escola, tanto entre os funcionários, entre funcionários e alunos, quanto entre os próprios alunos, independentemente de suas diferenças possíveis”, completa.
O espetáculo “Bullying, tô fora!” vem colaborando com educadores para mudar o comportamento de crianças que praticam atos agressivos, intencionais e repetidos contra colegas no convívio escolar. Passando uma emocionante mensagem de respeito às diferenças, o musical infantojuvenil trata de casos de bullyng e apresenta soluções para identificá-los e combatê-los, sejam eles verbais, físicos ou emocionais, no mundo real ou virtual. O tema é tratado da forma mais leve possível, com cenas divertidas, emocionantes e envolventes, que encorajam a juventude a dialogar com pais e educadores sobre a importância de identificar e prevenir os casos de bullying. Idealizadora do espetáculo, a Cia. Teatral EnsinoemCena foi criada em 2003 e conta com um vasto repertório de espetáculos com temas de grande importância social. A companhia já participou de grandes festivais pelo Brasil e circulou por mais de 700 escolas públicas e particulares, abordando, além do bullying, assuntos como prevenção ao uso de drogas, gravidês na adolescência, DST’s e escolha profissional. Gênero: Musical infantojuvenil Duração: 60 min
Muito obrigado pelos artigos e dicas. Minha escola é parceira do LIV e, por ser uma escola confessional, tem também a Pastoral Escolar que se preocupa com a formação integral dos alunos, despertando, respeitando e aproveitando as competências que cada um possui. Assim, estou sempre de olho nos materiais e artigos do LIV, pois sempre consigo relacioná-los com a Pastoral Escolar. São conteúdos que vieram somar à formação humana e aos valores cristãos que já trabalhávamos (respeito, tolerância, amor ao próximo, perdão, partilha, convivência, etc...).
PARA QUE TENHAM FELICIDADE!!!
Gestor do Centro de Ensino Charles Darwin
Diretor pedagógico do Colégio Paulo Freire
Coordenadora pedagógica e professora de LIV no Colégio Batista de Itabuna
Psicóloga e coordenadora do Projeto Socioemocional do Colégio Sarah Dawsey
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