01/09/2025
Paternidade ativa: entenda sua importância no dia a dia
Falar sobre paternidade ativa é, mais do que nunca, falar sobre presença, cuidado e vínculo. No mês dos Pais, a proposta não é criar modelos ideais, mas abrir espaço para uma reflexão genuína sobre o que significa ser pai nos dias de hoje, e como essa relação pode transformar vidas, começando pelas das crianças.
Além de trocar fraldas, levar na escola ou brincar nos finais de semana, a paternidade ativa propõe um novo olhar: a construção de uma conexão emocional verdadeira e constante.
Mas, antes de iniciar essa conversa, é preciso esclarecer um ponto: não estamos propondo uma comparação entre a figura materna e a paterna, mas sim convidá-los a uma reflexão e um convite aos pais para um protagonismo cada vez maior na educação emocional, social e afetiva dos filhos.
É sobre isso o nosso post de hoje. Afinal, o que significa ser pai? E como podemos construir relações baseadas em escuta, troca e presença? Vamos lá descobrir?
O que é paternidade ativa?
Paternidade ativa é sobre participação efetiva no cuidado, educação e rotina emocional dos filhos. É sobre ouvir, dialogar e acolher sentimentos. É também estar presente nas pequenas e grandes decisões, sendo uma figura de referência emocional e não somente uma autoridade ou provedor.
É importante dizer que essa presença não tem a ver com perfeição, mas com disposição. É sobre estar ali, aprender junto, lidar com os erros e construir juntos formas de tornar essa relação mais saudável.
A paternidade ativa propõe que os pais se disponibilizem e se comprometam com o desenvolvimento integral dos filhos. Isso inclui estar atento a um comportamento diferente do habitual, oferecer apoio emocional diante dos desafios, dividir responsabilidades e buscar aprender continuamente sobre como fortalecer o vínculo familiar.
Essa paternidade positiva não precisa ser encarada como um diferencial extraordinário, mas sim como algo natural e saudável. É um convite para repensar o que se espera desta figura e o que ela pode, de fato, representar na vida de uma criança.
Leia nosso artigo sobre alfabetização emocional
Qual a importância dessa presença?
A importância da paternidade ativa está diretamente ligada à construção emocional e social da criança. Segundo uma pesquisa realizada pela FEA-USP (Faculdade de Administração da Universidade de São Paulo), quando a figura paterna se faz presente na rotina, as crianças têm maiores chances de desenvolver habilidades sociais e emocionais.
Além disso, há uma tendência de melhora na segurança emocional e até no rendimento escolar dessas crianças.
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Quais são os principais desafios para exercer a paternidade ativa?
Muitos homens carregam dentro de si referências antigas de masculinidade que negligenciavam o cuidado afetivo. Essa herança emocional pode gerar incertezas sobre como exercer o lugar paterno — não por falta de vontade, mas por falta de repertório emocional.
E tudo bem, sempre há um caminho para aprender, acolher esses sentimentos e permitir-se recomeçar. Além disso, rotinas de trabalho exaustivas, falta de tempo, pressão social e sobrecarga mental são desafios cada vez mais presentes nas famílias, que afetam tanto o universo da maternidade, quanto o da paternidade.
O impacto da paternidade ativa nas escolas
Ao pensar na formação integral das crianças, a escola também se beneficia quando há uma paternidade ativa. Quando pais participam da vida escolar, escutam os relatos dos filhos, acompanham os processos e mostram interesse verdadeiro, essa relação fortalece o vínculo entre casa e escola.
E esse envolvimento não precisa se restringir às reuniões. Que tal uma conversa ao final do dia ou comentar sobre um desenho feito pelos pequenos? Tudo isso também comunica presença e interesse.
É por isso que iniciativas como programas de educação socioemocional têm grande relevância. Aqui no LIV, oferecemos apoio tanto para crianças, quanto para educadores e famílias, contribuindo para o ambiente escolar ser um espaço ainda mais acolhedor e preparado para lidar com os desafios emocionais da infância.
Afinal, a colaboração entre escola e família pode potencializar o bem-estar e o desenvolvimento dos alunos.
Paternidade ativa é construção cotidiana
Paternidade ativa não é heroísmo nem exceção. É um caminho que pode ser naturalizado. É sobre assumir responsabilidade emocional, reconhecer que errar faz parte, e que a presença paterna precisa ser constante, não só nas datas comemorativas.
Neste mês, onde celebramos o dia dos Pais, fica o convite para refletir: como posso me fazer mais presente no cotidiano emocional do meu filho? Que presença desejo construir de verdade?
Para continuar essa reflexão, indicamos dois episódios especiais do podcast do LIV, o “Sinto Que Lá Vem História”:
Paternidade é instinto ou aprendizagem?
Recebemos o psicanalista, escritor e educador parental Thiago Queiroz, criador do projeto Paizinho, Vírgula!. Pai de quatro filhos e referência nas redes sociais, Thiago compartilha sua jornada em busca de uma paternidade mais afetiva, próxima e consciente, rompendo padrões tradicionais e incentivando outros homens a fazer o mesmo.
Que sentimento é esse?
O ator, escritor e pai LIV Lázaro Ramos fala com sinceridade sobre os desafios e aprendizados da paternidade. Inspirado em sua experiência no filme “Papai é Pop” e na vida real, ele compartilha momentos de insegurança, o excesso de preocupação com o primogênito João, as diferenças na chegada de Maria Antônia e como cada filho o transformou em um novo pai. Um episódio emocionante, que une autoconhecimento, afeto e a busca por uma paternidade mais consciente.
O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.
