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Eleições: uma oportunidade para trabalhar o diálogo e respeito às diferenças

As eleições municipais estão chegando e, junto com elas, os debates entre os candidatos e também entre os eleitores. Nesse momento, nossa comunicação pode definir se caminharemos para uma disputa respeitosa ou por um caminho de violência. O pleito pode ser uma ótima oportunidade para que a importância do diálogo e o respeito às diferenças sejam trabalhados entre crianças e adolescentes.

A educação socioemocional, que o LIV oferece a mais de 700 escolas parceiras no Brasil, é uma aliada nesse processo, pois ajuda os estudantes a desenvolverem autoconhecimento e empatia, fazendo com que entendam melhor a si mesmos e respeitem o outro, por mais diferente que sejam ou pensem.

“As escolas podem reforçar as melhores maneiras de nos comunicar, não só no contexto eleitoral. É uma chance a mais de se falar sobre a dificuldade de enxergar o outro e aceitar sua fala. A educação socioemocional, quando presente em sala de aula, cria espaço para legitimar formas diferentes de existência e ajuda os alunos a aprenderem a regular suas emoções, permitindo que aprendam e se comuniquem de maneira cada vez menos violenta”, diz Ana Carolina Medeiros, coordenadora pedagógica do LIV.

Pensamento crítico é essencial em todos os momentos da vida

O pensamento crítico, outra habilidade que a educação socioemocional desenvolve, também é essencial em tempos de eleição. As escolas, diz Ana, podem propor atividades regulares que auxiliem os alunos a terem um posicionamento e a refletirem sobre todas as questões que se apresentem, em diferentes campos da vida. Discussões sobre temas polêmicos ou divisão da turma para debater assuntos opostos são sempre bem-vindas.

“Pensar criticamente é uma postura não passiva diante de uma situação ou da realidade. Ou seja, é um comportamento ativo que requer engajamento, além de um olhar atento para não normalizar tudo o que se vê. O jovem deve questionar se o que lê, assiste ou escuta é verdadeiro. E, assim, desenvolver um olhar questionador sobre o que acontece e buscar informações em diferentes fontes. Isso demanda esforço do aluno, mas também exige que o professor propicie esse ambiente de discussão, sempre deixando claro que ele não detém a razão e que o conhecimento é construído em conjunto”, explica Ana Carolina.

Fake news: aprender a duvidar também é importante

As eleições podem proporcionar outro aprendizado importante para as crianças e adolescentes: nem sempre confiar nas redes sociais ou fontes de informação que não checam os fatos. Essa desconfiança pode deixar os jovens mais preparados para evitar armadilhas de uma maneira geral.

“Às vezes, quando a gente fala sobre esse tema com os jovens, eles dizem: “Ah, quem cai em informação falsa é gente mais velha. A gente não cai”. Só que, em momentos mais acalorados, como as eleições, talvez seja mais fácil para um jovem compartilhar uma informação falsa por WhatsApp. Então, é preciso que eles entendam a importância de ver se todos os canais de comunicação estão divulgando a mesma informação, se são confiáveis, se a notícia tem data e local e se outras fontes são citadas. Desenvolver essa habilidade de forma intencional é fundamental, pois muitos adolescentes partem do pressuposto de que já sabem”, alerta a coordenadora.

Cidadania se aprende na escola?

As escolas, comenta Ana Carolina, também podem mostrar os primeiros exemplos de cidadania e a importância da democracia. Muitas promovem eleições para o grêmio estudantil e representantes de classe, o que proporciona um primeiro contato com o sistema de voto.

“Muitas escolas praticam uma gestão democrática mais ampla. Mensalmente, reúnem assembleias de alunos e também pais e responsáveis, para identificar situações que ocorreram ao longo daquele mês e que poderiam ter sido diferentes, buscando soluções. Isso dá aos estudantes a responsabilidade e a chance de verem que as decisões deles têm consequências. Outro elemento importante é que os jovens têm que lidar com a frustração de que, talvez, a pessoa que você elegeu ou a pauta que reivindicou na assembleia não seja a escolhida pela maioria”, completa a coordenadora do LIV.

Colégio em Aracaju ensina na prática como votar

Para mostrar às crianças que, durante uma disputa, é possível ter ideias diferentes e dialogar, o Colégio de Ciências Pura e Aplicada (CCPA) simulou uma eleição entre os alunos. As turmas do infantil até o 5º ano do ensino fundamental receberam títulos de eleitor e criaram, durante as aulas do LIV, três candidatos, todos inspirados em personagens do projeto.

Elas desenvolveram até mesmo jingles para os candidatos, que têm propostas variadas, desde a criação de um dia de discussão sobre a democracia e boas ações até o aumento do tempo de recreio ou sessões semanais de filmes com pipoca.  A votação, com direito a urna eletrônica improvisada, busca, segundo Leonardo Matos, diretor pedagógico do CCPA, desenvolver a autorregulação das emoções, responsabilidade, empatia e respeito às diferenças e ao outro. 

“A festa da democracia acontece quando todos conseguem expressar suas opiniões, fazer suas escolhas, que são distintas, e ainda assim convivem em harmonia”, diz Matos.


Quer conhecer mais sobre o LIV e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais? Confira mais nas redes sociais e fique ligado nos próximos episódios do Sinto que Lá Vem História.

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O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.