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No Dia das Crianças, poder brincar é o melhor presente

Jogar bola, disputar uma partida de queimado, inventar histórias para os bonecos, sujar as mãos na lama ou espirrar água nos colegas são brincadeiras tradicionais que, além de divertidas, contribuem para o desenvolvimento das crianças em diversos aspectos.

“É no brincar que a criança vai errar, se frustrar por ter que dividir brinquedos, contestar as regras do jogo. Brincar pressupõe a resolução de conflitos, ensina a lidar com o outro, traz aprendizados que vão ser usados ao longo da vida”, diz a cientista social e pedagoga Thauane Rocha, consultora pedagógica do LIV.

Além de propiciar o desenvolvimento cognitivo, da criatividade e da socialização, o simples ato de brincar é capaz de preservar a saúde mental de crianças, segundo uma pesquisa da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.

Em um estudo que analisou 1.676 meninos e meninas quando eles tinham 3 e 7 anos, os pesquisadores britânicos identificaram que brincar melhora a saúde mental na infância. Aquelas com mais capacidade de brincar aos 3 anos tiveram, quatro anos depois, menos problemas emocionais e de conduta. Também eram menos propensas a entrar em brigas e até mesmo demonstraram níveis mais baixos de hiperatividade.

Já deu para perceber a importância do assunto, não é mesmo? Por isso, no mês em que se comemora o Dia das Crianças, o LIV convida pais e escolas a refletir sobre como podem facilitar um processo tão enriquecedor.

Na correria do dia a dia, é preciso ter tempo

Segundo Thauane, brincar é uma atividade espontânea. Mas ela só surge quando existe tempo e estímulo. Uma criança que tem todos os minutos tomados por atividades e compromissos ou que apenas recebe brinquedos “prontos”, daqueles que falam sozinhos, dificilmente terá possibilidade de viver o ciclo completo de criatividade e aprendizagem proporcionados pelas brincadeiras.

O acúmulo de tarefas e de estímulos por meio de telas dificultam que a criança sinta tédio, sentimento que permite que elas brinquem com elas mesmas ou com o entorno, descobrindo o ambiente.

“As brincadeiras de hoje, o tempo que a gente dá a elas, são, muitas vezes, reflexo do que a gente pensa. A gente não se permite ter tempo livre, como ter espaço para escutar a criança?”, indaga Thauane.

Os pais podem e devem entrar na brincadeira

A especialista do LIV sugere que os pais resgatem brincadeiras de suas próprias infâncias e as apresentem aos filhos. Em seguida, podem prestar atenção não só para identificar aquelas que fazem mais sucesso, mas também entender o que as crianças comunicam enquanto pulam, jogam ou fazem de conta.

“É na brincadeira que a criança fala sobre o que sente. Quando ela brinca de escolinha, de mamãe e filhinho, vai falar o que entende desses papéis. Muitas trazem assuntos sensíveis que acontecem na vida delas e que não sabem ainda verbalizar”, lembra Thauane.

 


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E as escolas, o que podem fazer?

Quando se fala em escolas, logo vem à mente o aprendizado formal de conteúdos. Mas as brincadeiras fazem parte também do universo das instituições e precisam, diz Thauane, ser tratadas com a importância que merecem.

“Já existem escolas que optaram por tirar o celular da hora do recreio, fazendo com que as crianças saiam das telas para jogar pingue-pongue ou usar tabuleiros. É uma oportunidade para que elas socializem”, diz a consultora pedagógica, acrescentando que não é tecnofóbica. “A tecnologia traz coisas boas, ensina alfabeto, números. Mas esse contato tem que ser supervisionado na infância, não se pode deixar usar a internet em excesso’, elenca.

Habilidades socioemocionais também se desenvolve brincando

Nas escolas parceiras, o LIV trabalha o brincar de acordo com cada faixa etária, oferecendo para as crianças mais novas dinâmicas, atividades corporais, contato com personagens e histórias.

“É um brincar intencional, que traz reflexões e permite o desenvolvimento da inteligência emocional e de habilidades socioemocionais, trazendo à tona criatividade, pró-atividade, comunicação, pensamento crítico, empatia e resiliência”, diz Thauane.

Adolescentes não podem ser deixados de lado

Os adolescentes, muitas vezes, são considerados grandes demais para brincadeiras, como se brincar fosse apenas coisa de criança. Assim, eles ficam, como aponta Thauane, com pouquíssimas oportunidades para pensar o corpo no espaço.

“O espaço para eles é o do shopping, da praia. Não tem aparelhos públicos na maioria das cidades para que eles possam ocupar o espaço, usar o corpo. A gente vai cortando as asas deles, deixando sem ter o que fazer, e depois os chamamos de aborrecentes. Precisamos deixar o adolescente também brincar. Pode ser com jogos de tabuleiros, com dancinhas no Tik Tok, atividades que permitam o olho no olho e que os tirem do digital onde os conflitos podem ser ignorados com uma toque de bloquear, apagar mensagens”, exemplifica.


Quer conhecer mais sobre o LIV e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais? Confira mais nas redes sociais e fique ligado nos próximos episódios do Sinto que Lá Vem História.

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