
23/12/2024
Ansiedade no fim de ano? Saiba como terminar um ciclo de forma mais saudável
Você já ouviu falar da “Síndrome de Fim de Ano”? É como é popularmente chamado o estado de ansiedade e melancolia que costuma afetar muita gente em dezembro. Esse cenário pode tocar qualquer pessoa e ser desencadeado por vários motivos. Um dos mais comuns acontece quando se faz uma retrospectiva do período que está acabando e percebe-se que os planos traçados não foram adiante.
Outro ponto que requer atenção é esperar muito do próximo ciclo, como se ele fosse decisivo. Estudantes que vão ingressar no último ano do Ensino Médio, por exemplo, ou entrar para a Universidade, podem ficar ansiosos com o que está por vir, esquecendo-se que, se for preciso, é possível mudar de rota.
Mas, será que há alguma estratégia para escapar desses sentimentos e passar uma virada mais tranquila? Para Saulo Pereira, consultor pedagógico do LIV, há dois caminhos possíveis para um encerramento de ciclo saudável.
“Pode-se não fazer nenhuma retrospectiva e deixar esse balanço para depois, caso ele traga muita ansiedade. Ou, ao contrário, pode-se usar a prática de antecipação: pensar no que aconteceu a cada mês de 2024 e tirar dali lições importantes para o próximo ano. Mais do que se julgar ou se culpar, é uma forma de olharmos para trás para que possamos olhar para frente, planejando o que se quer levar para o próximo ano e o que deve ser deixado para trás”.
Festa é alegria, não obrigação
As comemorações de fim de ano também têm potencial para se transformar em motivo de desgaste. Saulo lembra que ninguém é obrigado a dar conta das expectativas do outro. Isso significa que nem sempre é preciso ir àquela festa que tanto insistem.
“As festas de fim de ano têm um certo peso e obrigação, mas é importante lembrar que não precisamos passar por situações desagradáveis por causa das tradições. Além do mais, a tradição pode ser reinventada e ganhar novo sentido no presente”.
Ano novo é uma continuação e também novidade!
Um cuidado importante é ser realista com as expectativas para a virada do ano.
“Muitas vezes, criamos expectativas de grandes mudanças no ano novo, mas elas costumam perder o fôlego com o passar dos meses. Por isso, é sempre bom ter cuidado com os nossos planos para que eles realmente façam parte da nossa rotina. Promessas e expectativas pouco realistas podem fazer a gente chegar lá na frente com mais cobranças e sentimentos de fracasso”.
Saulo diz que, embora o Ano Novo não seja um recomeço por si mesmo, traz oportunidade para planejamentos e reflexão. Podemos corrigir rotas e caminhos que não deram certo.
“Um adolescente que não conseguiu passar no curso pretendido pode refletir de maneira crítica e consciente sobre seus pontos a melhorar e buscar a perseverança necessária para tentar de novo, ou mesmo perceber que o caminho é outro. O novo ciclo também nos lembra que nada é definitivo. Isso pode nos trazer menos ansiedade”.
Como apoiar crianças e adolescentes ansiosos?
Uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde mostrou que 9,3% dos brasileiros sofrem de ansiedade. Caso perceba que crianças e adolescentes estão sofrendo mais com o problema no fim de ano, tente validar os sentimentos deles, promovendo espaços de escuta e de fala. Afinal, quando nos abrimos para o diálogo fica mais fácil entender a situação e juntos buscar soluções.
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O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.