
20/09/2022
Qual a importância da saúde mental?
Talvez você já tenha lido ou escutado reflexões sobre a necessidade de cuidar da saúde mental, mas você sabe o que isso significa na prática? O tema não é novo, contudo, se tornou especialmente comentado após o início da pandemia e gerou alertas por parte de organizações nacionais e internacionais de saúde.
Para te ajudar com uma compreensão mais ampla do assunto, trazemos um conteúdo dividido em cinco tópicos. Para além da saúde mental na sociedade em geral, destacamos também a importância desse tema no ambiente escolar, que exige cuidados específicos por se tratar de crianças e adolescentes. Para saber mais, navegue pelo texto completo ou clique nos títulos do índice abaixo para ir direto ao tópico de seu interesse.
Índice
O que é saúde mental?
Se a vida é uma montanha-russa de acontecimentos, saúde mental é ter condições e recursos para conseguir passar por obstáculos e imprevistos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que uma pessoa saudável seria aquela capaz de usar suas habilidades para recuperar-se do estresse rotineiro e reconhece esse movimento como um percurso pessoal.
Assim, saúde mental não pode ser entendida como um estado estático, permanente ou pleno, mas sim um processo diário sobre a maneira como nos relacionamos com nós mesmos e o mundo à nossa volta.
Dessa forma, assim como a saúde “física”, a saúde mental requer manutenção e acompanhamento cotidianos. Além disso, vale lembrar que saúde física e emocional não são autônomas, pois nosso corpo é único e não dissocia o mental do físico. Praticar exercícios, por exemplo, pode contribuir para a diminuição dos níveis de ansiedade e depressão, pois corpo e mente são conectados o tempo todo.
Também não podemos cuidar sozinhos da nossa saúde mental nem acreditar que a família ou a escola dará conta de tudo. Como dissemos, trata-se de um movimento de contínuo investimento e cuidado – e, como ninguém está disponível o tempo todo nem é capaz de oferecer tudo o que precisamos, é preciso uma rede de apoio, serviços e estratégias para que nossa saúde seja sempre estimulada e alimentada.
Por que a saúde mental é importante?
Apesar de tanta conversa, palestras, trabalhos e artigos sobre o tema, por que ainda é tão difícil falar sobre saúde mental? Não é incomum que as pessoas que estão em sofrimento tenham receio de serem tachadas como fracas, preguiçosas ou incapazes.
Mas, a realidade é que angústia, depressão, agressividade, crise de pânico e ansiedade são termos que não são exclusivos dos dicionários dos adultos. Já faz um tempo que essas palavras aparecem no universo infantil e adolescente. E os números crescentes têm deixado a população cada vez mais preocupada.
No caso dos jovens, muitas vezes isso vem acompanhado do medo de não ser escutado ou levado a sério – ou, ainda, pedir ajuda para alguém e essa experiência não ser muito boa.
Para as famílias, pode ser difícil aceitar que seu filho ou filha está vivendo algum tipo de sofrimento emocional. Isso pode desencadear uma mistura de culpa, vergonha e medo da exposição, às vezes, até gerando negação.
Já para educadores e educadoras, esse tende a ser um terreno delicado, tendo em vista que, na teoria, isso é assunto para profissionais da saúde. Além disso, como cuidar de alunos e alunas que estão em sofrimento mental quando muitas vezes é o próprio docente quem precisa de apoio?
Essas questões sempre aparecem nos trabalhos do LIV – Laboratório Inteligência de Vida pelas escolas do Brasil. Logo nos primeiros meses de 2022, por exemplo, constatamos um aumento significativo de episódios e situações relacionadas à saúde mental da comunidade escolar, deixando todo mundo em alerta.
Saúde mental não é sinônimo de felicidade
Quando falamos em saúde mental, qual é a primeira coisa que te vem à cabeça? Para muita gente, a saúde mental está relacionada a uma sensação de bem-estar, e esta, por sua vez, vem associada a uma imagem de alguém alegre, sorrindo e cheio de disposição.
Talvez seja aí que more o grande perigo: saúde mental não é sinônimo de felicidade. A vida é recheada de surpresas, muitas delas nem sempre agradáveis, incluindo perdas e conflitos. Responder sempre com alegria a tudo não faz muito sentido, não é mesmo?
Por exemplo: em uma situação de tensão, podemos sentir medo e ficar em alerta. Nessa situação, não ficar contente, não significa que estou adoecido ou que minha saúde mental está comprometida. Pelo contrário, mostra que conseguimos identificar um cenário de risco e, assim, nos organizar e nos proteger.
Felicidade, assim como tristeza, raiva e medo são sentimentos que fazem parte da experiência e do desenvolvimento humano. Sentir cada um deles nos faz aprender sobre o mundo e sobre nós mesmos. Em outras palavras, compreender essa gama de sentimentos pode nos ajudar no nosso autoconhecimento e saber quando é hora de procurar ajuda.
Saúde mental na escola: por que esse debate é necessário?
Como vimos nos tópicos anteriores, não somos feitos de pedacinhos desmontáveis, portanto, onde quer que a gente vá, nossos sentimentos, emoções, memórias, angústias e problemas vão junto. Na escola, por exemplo, eles não ficam do lado de fora.
Dessa forma, todo o panorama apresentado de agravamento da saúde mental das crianças e adolescentes também é vivido nas escolas, trazendo implicações não só individuais – como queda do desempenho acadêmico – como também para o convívio coletivo e o clima escolar, como são os casos de agressividade, bullying e indisciplina em sala de aula.
Apesar de não ser fácil, sabemos que a escola tem um lugar importante quando o assunto é saúde mental de crianças e adolescentes, e citamos a seguir quatro motivos para isso:
- Primeiro, porque é na escola onde as crianças e adolescentes passam a maior parte do tempo em convívio com outras pessoas.
- Segundo, é na escola que os educadores podem observar os alunos em contextos diferentes (seja fazendo uma tarefa, socializando etc.) e por um longo período de tempo, permitindo observar também sua saúde mental.
- Terceiro, a escola é mais acessível do que os centros de saúde mental e carrega menos estigma. Para a maioria dos jovens, é mais tranquilo e confortável conversar primeiro com um educador do que com um psiquiatra.
- Quarto motivo, a escola é um espaço de convivência entre diversas pessoas e por isso mesmo um ambiente privilegiado para promover o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, que são fundamentais para o cuidado da saúde mental.
Saúde mental na escola: um guia completo para professores
Importante sempre lembrar que educadores já são promotores de saúde na própria prática escolar, e não sugerimos que os mesmos tenham a responsabilidade de realizar diagnósticos nem de aplicar qualquer tipo de conhecimento que transborde a área da educação.
Mas a escola, por ser um dos lugares em que as crianças e os adolescentes mais passam tempo, é um lugar privilegiado para identificar algum sinal de possível transtorno ou estado de adoecimento. Esse primeiro olhar cuidadoso do educador pode, em muitos casos, agilizar o acesso ao atendimento especializado em saúde que muitas crianças e adolescentes precisam.
Para ajudar os educadores nesse aspecto, o LIV criou o Guia do Movimento LIV: Caminhos para cuidar da saúde mental dos alunos”, para que educadores e famílias se sintam mais capazes de administrar essa questão em seu dia a dia.
No Guia, você vai encontrar temas como: Saúde mental nas escolas; O papel da família; Como saber se a pessoa está adoecendo; A importância de cuidar de quem cuida; Saúde mental é sinônimo de felicidade?; e muito mais! Para saber mais, baixe o Guia do Movimento LIV e participe dessa jornada!
Veja também:
- Kit Gratuito do Movimento LIV: Pela Saúde Mental nas Escolas
- Setembro Amarelo: + de 10 sinais para ficar atento à saúde mental
- Qual é o papel do adulto para lidar com o bullying?
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- Conhecimento sobre o corpo
O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.
O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.