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É possível ter tempo de qualidade para os filhos dentro da rotina corrida?

Especialista do LIV dá dicas de como equilibrar família e trabalho

Em meio a uma rotina corrida, com muitos compromissos de trabalho e demais afazeres da vida adulta, as famílias nem sempre conseguem passar tempo de qualidade com os filhos. Acabam muitas vezes funcionando “no automático”.  A interação com as crianças e adolescentes pode se resumir à realização de tarefas, como dar banho, no caso dos menores, ou levar na escola, sem a construção de conexões verdadeiras. Por isso, diz Maira Maia, supervisora pedagógica do LIV, vale a pena refletir: será que temos pensado quais são as nossas prioridades?

“As famílias costumam se perguntar como ter tempo de qualidade com os filhos diante de um cronograma tão apertado, mas será que elas se perguntam se as escolhas que fazem dificultam o relacionamento com as crianças e adolescentes? Temos que pensar também que não existe uma fórmula mágica, não podemos dizer: “vou trabalhar nove horas, dormir oito, ficar quatro horas com os filhos e ver o que dá para fazer no que resta”. Não é assim que funciona o tempo cronológico do afeto. Às vezes, o filho vai demandar uma pausa de apenas meia hora de olho no olho, em outras, pode ser que as quatro horas não sejam suficientes”, diz Maira.

Tempo de qualidade: você sabe como usá-lo?

Muitas famílias já ouviram falar no termo tempo de qualidade, que designa os minutos ou horas que passamos com alguém, prestando verdadeiramente atenção ao momento. Mas, além de disponibilizarmos tempo para o outro, precisamos entender o que ele realmente necessita, alerta Maira:

“As pessoas procuram uma cartilha: pensam “já dei tempo de qualidade, agora posso dar check nessa tarefa do meu dia”. Mas, a criança ou o adolescente podem demandar sua atenção em outro momento e talvez seja necessário para eles atenção parcial, porém mais vezes ao dia, por exemplo”.

Conheça algumas estratégias para aproximação

Além de ficarem na dúvida sobre como dividir o tempo entre trabalho e os pequenos, muitas famílias também ficam perdidas na hora de se aproximarem dos filhos – tirá-los das redes sociais ou jogos na internet para ficarem com os cuidadores parece, de antemão, uma tarefa hercúlea ou até mesmo impossível. Mas, não é bem assim. 

Maira sugere que se tente envolver as crianças e adolescentes em tarefas das quais elas gostem. Listamos algumas ideias que podem facilitar a aproximação:

  1. Já pensou em usar jogos de tabuleiro para criar momentos divertidos em família? Há diversas opções e alguns que fazem muito sucesso são os que propõem perguntas de assuntos variados. Os adolescentes costumam se envolver e os cuidadores conseguem, além de se divertir, entender um pouco mais como os filhos pensam.
  2. Para crianças menores, que tal dar uma olhada nas redes sociais do LIV e conferir quais filmes são recomendados? Depois de escolher a opção que mais agradar, é só fazer uma pipoca e curtir a sessão de cinema, sem esquecer, é claro, de procurar conversar depois sobre o que assistiram. Vale perguntar a opinião da criança, como ela se sentiu em determinadas cenas, que emoções vieram à tona, ou se ela já teve um sentimento parecido em outras situações.

Também incorpore as crianças às atividades do dia a dia. Chame seu filho para cozinhar com você. A refeição poderá demorar até mais tempo para ser concluída, mas os momentos juntos poderão ser de troca e, além disso, contribuir para a aquisição de autonomia.

Outra proposta de Maira é instituir uma brincadeira de troca: primeiro, a criança faz algo que os cuidadores gostem, como cuidar das plantas, dançar pela sala e pintar. Depois, é a vez do adulto fazer o que a criança pede. Lembrando: com dedicação e interesse!

Mudança de rota também são necessárias

Ao se aproximar dos filhos e  fazer uma escuta verdadeira na hora de conciliar trabalho e família, é possível que algumas surpresas surjam. Algumas famílias, por exemplo, quando oferecem esse momento de escuta, acabam ouvindo queixas das crianças e dos adolescentes, como o fato de seus pais trabalharem demais. Nesses casos, é comum o adulto justificar que é para dar uma vida melhor à família e ampliar oportunidades. Porém, Maira alerta que, nesses momentos, é importante pensar no que os filhos estão realmente precisando.

“É fácil achar que os pais valorizam demais o trabalho, mas uma conversa simples pode mudar isso. O diálogo muitas vezes nos mostra que trabalhamos com a expectativa de dar férias maravilhosas, por exemplo, quando os filhos só querem mesmo é ir para um local perto de casa. Às vezes, mudar a rota é necessário”.

Não esqueça de si mesmo

Outro cuidado que Maira recomenda, na difícil conciliação de deveres e prazeres, é que os cuidadores nunca esqueçam de si mesmos. É legítimo querer espaço para namorar, sair com os amigos ou mesmo passear pela rua sem pensar em nada. Nessas horas, ter uma rede de apoio, que possa ficar com a criança ou supervisionar um adolescente, é fundamental. A especialista do LIV lembra, ainda, que, nem sempre a confiança e  pedido de ajuda devem ser depositados apenas em membros familiares. Ampliar os horizontes e a rede de afetos é benéfico para todos.

“A gente sempre acha que a rede de apoio vai ser de familiares, mas pode ser uma amiga, pode ser a família de um amigo da escola, em que você confia. A rede de apoio é uma construção. E talvez seja preciso também se adaptar. Se não é possível passar um fim de semana viajando com o parceiro, talvez jantar fora ou ir a um cinema seja possível”. 

Trabalhar a frustração também é preciso

Educar não é uma tarefa fácil e, muitas vezes, cansa. Não é incomum que a sobrecarga de trabalho, seja fora ou dentro de casa, faça que os cuidadores se sintam frustrados. Nessas horas, a inteligência emocional faz diferença, diz Maira.

“É preciso entender como essa frustração afeta as famílias. A pessoa fica mais estressada, fica grosseira, chora? Esse autoconhecimento é o primeiro passo para a autorregulação, quando a pessoa entende o que fazer com essas emoções. Dizer ao filho que não está bem num dia é legítimo e quando demonstramos vulnerabilidade também deixamos as crianças e adolescentes mais confortáveis para mostrar as deles”.


Quer conhecer mais sobre o LIV e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais? Confira mais nas redes sociais e fique ligado nos próximos episódios do Sinto que Lá Vem História.

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O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.