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O que muda com a proibição dos celulares nas escolas?

O uso de celulares nas escolas é um assunto que sempre gera debates entre educadores, famílias e especialistas. Agora, uma nova lei traz mudanças significativas para esse cenário. A partir deste ano, passa a ser  proibido o uso de aparelhos eletrônicos portáteis – como celulares – durante as aulas, recreios e intervalos em todas as etapas da educação básica. A medida só permite exceções em situações pedagógicas autorizadas, casos de emergência ou para necessidades específicas, como acessibilidade e saúde.  

Essa mudança tem como principal objetivo criar um ambiente escolar mais saudável, que favoreça a aprendizagem, o convívio social e o bem-estar de crianças e adolescentes.  

Um novo olhar sobre o uso das telas 

Para Renata Ishida, psicóloga e gerente pedagógica do LIV, essa proibição vai além de restringir o uso do celular – ela sinaliza a importância de promover limites que ajudem os estudantes a desenvolver habilidades fundamentais.


“Crianças e adolescentes ainda não têm maturidade para gerenciar sozinhos o uso das tecnologias. O celular oferece muitos estímulos rápidos, o que fragmenta a atenção e prejudica a concentração. Isso impacta diretamente a aprendizagem e o desenvolvimento de competências como paciência, foco e tolerância à frustração”, explica.  

 

Além disso, Renata reforça que o excesso de telas tem diminuído as interações sociais no ambiente escolar. “A escola é um espaço onde crianças e adolescentes desenvolvem habilidades como escuta, comunicação e colaboração. Mas vemos essas interações cada vez mais prejudicadas pelo uso constante de celulares, o que pode levar a problemas como dificuldade de comunicação e até um aumento em casos de bullying”, pontua.  

A escola como espaço de socialização  

Com a nova lei, as escolas têm a chance de fortalecer o papel do ambiente escolar como um espaço de convivência e aprendizado. “Ao limitar o uso do celular, abrimos caminho para que os estudantes se reconectem com quem está ao seu redor, aprendam a colaborar e vivam a escola como um lugar de troca e descoberta”, comenta Renata.  

O LIV, programa referência em educação socioemocional, presente em centenas de escolas no Brasil, já trabalha com atividades que ajudam a reverter os impactos do uso excessivo de telas. Nelas, a  escuta ativa e a resiliência são desenvolvidas em momentos dedicados à convivência e à prática de competências socioemocionais.  

Uma oportunidade para a educação digital  

A nova legislação também destaca a necessidade de promover uma relação mais crítica e saudável com a tecnologia. Segundo Renata, debater o uso das telas no ambiente escolar é essencial para formar cidadãos mais conscientes e preparados para os desafios do mundo digital. “Falar sobre educação digital não é apenas prevenir riscos como fake news ou golpes online, mas também ensinar a lidar com as dinâmicas e limites do mundo conectado”, finaliza.  

Com a proibição do uso de celulares, as escolas ganham a oportunidade de reforçar o desenvolvimento integral de seus alunos, mostrando que a tecnologia é uma ferramenta valiosa, mas que precisa ser usada com equilíbrio e responsabilidade.

Confira a Trilha Sentir para Além das Telas, onde promovemos reflexões sobre como ajudar crianças e adolescentes a usarem as telas de forma mais saudável!

Como a educação socioemocional pode ajudar 

O que muda com a proibição dos celulares nas escolas? -LIV Inteligência de Vida

A nova lei determina ainda que as escolas ofereçam atividades voltadas à fala e à escuta, promovendo espaços para abordar sinais de sofrimento psíquico e mental, especialmente os relacionados ao uso excessivo de telas e dispositivos eletrônicos, como a nomofobia. As escolas parceiras do LIV, diz Renata, já têm esse cuidado, que ela considera essencial.

“O LIV garante um espaço e tempo dentro da grade curricular para que sejam desenvolvidas várias habilidades que são prejudicadas pelo uso excessivo do celular, como, por exemplo, a capacidade de espera e de escuta ou de suportar a frustração por não ter algo imediatamente. Trabalhamos a comunicação interpessoal e a colaboração, que são subtraídas nas interações digitais.”

 

Quer se aprofundar nesse tema? Temos um episódio do podcast Sinto Que Lá Vem História repleto de reflexões sobre os riscos da exposição às telas no desenvolvimento de crianças e adolescentes, com a participação especial do pediatra, sanitarista e palestrante Daniel Becker. Dê o play e confira!


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O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.