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Aprendizagem visível: como mostrar às famílias o que os alunos aprendem na sua escola?

Aprendizagem visível: como mostrar às famílias o que os alunos aprendem na sua escola?

Você sabe o que é aprendizagem visível? Fizemos 5 perguntas para a coordenadora pedagógica do LIV Ana Carolina Medeiros para explicar esse conceito. Confira!

O conceito de aprendizagem visível é uma prática pedagógica intencional para evidenciar o processo de ensino e de aprendizagem para o próprio aluno – e, consequentemente, para sua família e para a comunidade escolar como um todo. 

Para os professores, especialmente nas aulas de educação socioemocional, a aprendizagem visível envolve convidar os alunos para explicitar os conhecimentos assimilados após uma atividade, sempre buscando caminhos para que a aprendizagem seja evidenciada. 

Para entender melhor como isso pode acontecer na prática, convidamos a coordenadora pedagógica do LIV, Ana Carolina Medeiros, que oferece exemplos e recomendações de como aplicar esse conceito na realidade escolar. 

Ela também vai falar sobre quais recursos são indicados para dar visibilidade à aprendizagem e sobre como o programa LIV incentiva essa abordagem junto às escolas parceiras. Confira a seguir em áudio ou clicando nas perguntas do menu abaixo!

5 perguntas sobre aprendizagem visível

ÍNDICE:

  • Para iniciar, você poderia falar brevemente sobre o conceito de aprendizagem visível e como se aplica à vivência das escolas?

Ana Carolina Medeiros – “O conceito de aprendizagem visível dá conta de ter uma prática pedagógica e focar na possibilidade de evidenciar para o próprio aluno, e consequentemente, para as famílias e comunidade escolar, o processo de aprendizagem. A aprendizagem visível dá conta de uma prática intencional em que o aluno e professor vão compreender juntos o objetivo daquela atividade. 

E tem uma preocupação sempre com a concretização dessa aprendizagem de alguma maneira, em suportes. Pode ser um processo de uma fala da aula de LIV, uma reflexão do aluno, ou gerar uma forma de registro no formato de relato por parte do professor, ou ainda um debate em grupo na aula de LIV sobre alguma temática para os alunos mais velhos, como talvez a questão do preconceito, e grupo chegue a uma possível conclusão ou num possível encaminhamento para discussão com a turma toda, e podem gravar um pequeno áudio do que foi relatado.

Esse processo contínuo de registro, de documentação, esse ato de tentar concretizar, pode ser uma maneira de ajudar o aluno a compreender seu processo de aprendizagem. O professor também tem um retorno de como está indo suas aulas, de como essas reflexões estão acontecendo por parte do aluno, por parte da turma. 

Isso tudo de alguma maneira pode favorecer e facilitar que o diretor consiga entender um pouco mais o que está acontecendo na aula de LIV, qual é essa experiência e também pode ser um bom material para que a família possa acessar, mas em breve a gente vai falar um pouco mais sobre isso”.

  • Quais são as dificuldades das escolas de tornar sua aprendizagem de fato mais visível?

Ana Carolina Medeiros – “A dificuldade da escola de tornar a aprendizagem mais visível acontece, particularmente, com aulas e com disciplinas que têm um formato um pouco diferente, porque a escola em si tenta e busca tradicionalmente evidenciar a aprendizagem através da prova, através de um teste ou de alguma atividade que gera alguma nota. E o ato mesmo da aprendizagem, que você consegue ver pelo registro do aluno, pela resposta do aluno, é uma forma de você checar a aprendizagem e também transformar isso em algo que gera uma nota e o pai consegue acompanhar o desempenho, o processo da criança.

Mas, quando você tenta trazer uma aula em que não necessariamente existem respostas certas ou erradas, que é a aula e LIV onde isso não ocorre, e talvez o mais interessante seja a relação do aluno com outros colegas, talvez seja as práticas que acontecem realmente na vivência da sala de aula.  Esse formato que a escola já conhece tanto, que é a nota de uma prova, de um teste com respostas muito específicas, realmente não tem muito espaço para o LIV.

Eu acho que a escola, na verdade, tem o seu formato de tentar evidenciar a aprendizagem, mas a questão é pensar como a vivência de sala de aula, o processo do aluno, a relação e a rotina conseguem transparecer de outras maneiras que não apenas aquela que favoreça você transpor a aprendizagem do aluno em termos de habilidades cognitivas, mas não aquelas habilidades voltadas mais para a questão do socioemocional”.

  • De modo geral, que recursos as escolas podem usar para dar mais visibilidade e evidenciar a aprendizagem de seus estudantes?

Ana Carolina Medeiros – “Quando a gente começa a considerar que a aprendizagem visível é um pouco mais desafiadora, por uma questão de a gente parar para pensar mais sobre isso mesmo, em relação àquelas atividades que favoreçam o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, precisamos pensar recursos podem ajudar nesse processo de evidência. Eu acho que podem ser pequenas práticas. Veja alguns exemplos:

  • Um diário de Bordo, com pequenas anotações em relação a como o aluno se sentiu naquele dia ou como o aluno interagiu com algum colega, essa prática pode ser adotada em sala de aula de LIV, por exemplo.
  • A prática do portfólio também, que mostra, em formato de narrativa, diferentes experiências, de diferentes atividades e quais eram os objetivos dela e quais foram as aprendizagens da turma. Isso tudo compilado para mostrar realmente o processo e a rotina daquele daqueles alunos e, consequentemente, o desenvolvimento socioemocional daquela criança, daquela turma.
  • Os pequenos registros do que acontece em aula também. As crianças, por exemplo, nas aulas de LIV têm a prática de registrar através de desenhos aquilo que compreenderam da história. Isso pode ser uma boa maneira e depois, quem sabe, montar exposições para que os colegas falem entre si sobre o que eles compreenderam naquela história, o que eles registraram. É talvez ritualizar esses atos de uma maneira para ficar claro para o aluno que o desenho não é apenas o desenho. Realmente é uma maneira de se expressar e que é importante, que a fala dele sobre o assunto é relevante. Às vezes, é ritualizar processos que já acontecem.
  • O uso de ferramentas digitais pode ajudar os alunos mais velhos, do Ensino Fundamental anos finais e também para aqueles alunos do Ensino Médio, e pode ser uma maneira interessante de evidenciar o que a turma está refletindo sobre determinado tema. Quem sabe depois de uma turma discutir de forma coletiva, pode ser formado um podcast para aprofundar alguma temática que eles tenham gostado mais. Ou em pequenas perguntas que são levantadas para a turma com diferentes opiniões, que são respondidas com ‘sim ou não’ ou com respostas um pouco mais curtas, talvez compilar essas respostas em um Google formulário ou quem sabe no Mentimeter, que você consegue fazer nuvem de palavras. O uso dessas plataformas pode ajudar. O próprio Jamboard, que é uma forma de você colocar diferentes post-its em uma página digital em que os alunos conseguem colocar as diferentes opiniões, e começar a realmente ter um pouco mais claro para onde a turma está indo, um pouco mais claro o compilado das ideias. Eu acho que isso pode ajudar a turma a realmente ver que aquela aula de LIV tem um objetivo, tem um caminho que está sendo traçado de alguma forma na sequência das aulas, na sequência de discussões.
  • A concretização das aprendizagens em projetos pode ser um outro formato, incluindo exposições e apresentações dos projetos para os colegas, especialmente Ensino Fundamental anos finais. A gente tem sugestões muito claras que podem acontecer na escola e reforçar como ritual nesses momentos. Podem ajudar tanto o professor, tanto o aluno e, consequentemente, direção e família a perceberem o processo deles ao longo das aulas de LIV”.
  • Como as famílias podem ser consideradas nesse processo?

Ana Carolina Medeiros – “Quando a gente fala de aprendizagem visível e a gente fala da possibilidade de o aluno compreender um pouco melhor o seu processo e o professor compreender melhor o processo de aprendizagem do aluno, e falamos disso através de reforçar momentos de concretização disso em algum tipo de esporte, eu acho que a implicação da família já vai acontecer, no momento em que você, de alguma forma, pensa como você pode trazer aquele registro, essa cultura de registro que está começando a formular na própria escola, como isso pode chegar nos pais.

Então, por exemplo, se a escola opta por realizar um portfólio, quem sabe você não possa enviar esse portfólio para a família ou, se o seu aluno faz algum tipo de exposição de um projeto, por que não ter um dia da família em que ela possa assistir?  Na verdade, eu acho que é mais uma preocupação de como trazer a família para perto. Eu acho que a família vai ser impactada quando a gente começa a trazer essa prática para a nossa sala de aula.

Agora, uma coisa que pode ser interessante é pensar aqueles momentos que a família talvez já esteja habituada a interagir com a escola. Por exemplo, pode ser que a família tenha o hábito de participar sempre do Dia da Família ou talvez sua escola tenha o hábito de fazer uma feira de ciências, ou ainda uma série de profissões para os mais velhos, ou um momento de festa junina. Enfim, diferentes festividades que acontecem ao longo do ano e que a família participa. 

Será que eu não há espaço para os projetos do LIV aparecerem em algum desses pontos que a gente já citou previamente? Eu acho que é pensar não só no que é produzido em sala de aula, mas no que você pode começar a tentar enviar para casa, para realmente a família entender um pouco mais do que acontece. Mas também, nos momentos em que a família participa da rotina escolar, pensar como você consegue inserir o LIV dentro desses momentos?”.

  • Por fim, como a aprendizagem visível é incentivada no programa LIV? 

Ana Carolina Medeiros – “O primeiro ponto, e a gente já vem conversando um pouco sobre isso, é que a partir desse ano cada vez mais a gente tem pensado a nossa formação de professores focada nesse tema, em como é importante esse professor se sentir preparado para dar aula de LIV, em como os objetivos de cada aula, ou os objetivos de um conjunto de aulas, do semestre ou do ano fiquem mais evidentes para o professor.

A gente tem feito isso de diferentes maneiras pela reformulação do material físico, mas também pelo nosso Guia Geral. Eu recomendo muito às pessoas olharem para esse nosso guia, que esclarece bastante quais são os objetivos pedagógicos do ano, quais são os teóricos que nos ajudam a entender um pouco mais daquela reflexão socioemocional que está sendo proposta para aquele ano. 

E também a gente está começando a desenvolver um portal que possa realmente ser um local para o professor se sentir amparado e preparado para conduzir as aulas de LIV. Nós temos um novo material digital, que tem algumas inserções novas, com sensibilizações, com materiais de apoio que podem aprofundar ainda mais a prática socioemocional desse professor.

E a gente também tem conversado nessas formações sobre cultura de registro. Sobre como o professor pode realmente pensar atividades que já acontecem na aula de LIV, mas como ele pode concretizar essa atividade em algum tipo de registro. Enfim, toda essa conversa que a gente já teve por aqui. 

Também temos reforçado a importância de buscar estreitar os laços com a família. E uma maneira de fazer isso é através do próprio material da família, que é algo que o LIV desenvolveu há bastante tempo e que é uma forma de evidenciar o processo de aprendizagem dos alunos. 

Por exemplo, para a Educação Infantil, nós temos um álbum de figurinhas, que permite não apenas esses momentos divertidos de colar figurinhas conforme o professor envia as figurinhas para casa, mas também tem um momento de atividades para a família fazer de maneira coletiva, e os pais conseguem parar para perceber o quanto seu filho consegue conversar sobre emoções e como o repertório emocional dele está diferente e, consequentemente, ver o processo de aprendizagem daquela criança.

Quando a gente fala do Ensino Fundamental Anos Iniciais, nós temos para o 1º ao 3º ano livros paradidáticos de contação de história que dialogam com o que é trabalhado na própria sala de aula e que os pais podem ler em diferentes momentos e fazer atividade no final, e também ter a oportunidade de ver como que o filho consegue falar sobre autoconhecimento, sobre empatia, sobre relacionamento e o processo daquela criança. 

Quando a gente fala de Ensino Fundamental Anos Finais, a gente traz os jogos como um despertar de debates. E eu acho que isso é muito importante quando a gente começa a falar do Ensino Fundamental Ano Finais e também do Ensino Médio: pensar que o adolescente tem que ser o protagonista dessa busca, e isso é muito difícil. Por isso, no próprio processo de formação do professor, a gente busca reforçar essa abertura do aluno, sempre vai partir do interesse dele, mas pode ser algo bem interessante. 

Agora quando a gente também fala do material do aluno, também buscamos essa evidência da aprendizagem do próprio aluno. Os mais novinhos têm diferentes atividades em que podem desenhar, como eu já disse anteriormente, se expressar e mostrar a compreensão das histórias e sentimentos, falar sobre o que o afetou, também é uma forma de desenvolver a criatividade.

E isso nos diferentes anos, isso no LIV como um todo. Por isso também que na parte formação de professores, buscamos cada vez mais reforçar a importância do uso desse material como uma maneira de evidenciar o processo de aprendizagem para o próprio aluno, para o professor e para as famílias”.

Quer saber como desenvolver uma aprendizagem visível em sua escola? 

Conheça o Jeito LIV de incentivar as comunidades escolares nesse caminho e leve essa proposta para sua escola ou para a escola dos seus filhos. Peça LIV!

Saiba mais sobre as referências do programa LIV nos conteúdos exclusivos indicados a seguir:

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O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.




O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.