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Uma criança se sente frustrada e triste ao sofrer bullying na escola.

Bullying nas escolas: o que é, quais são as consequências e como lidar

Imagine um estudante que, dia após dia, evita ir para a escola. Ele não fala sobre o problema, mas suas atitudes demonstram um desconforto crescente. O que os adultos ao seu redor podem não perceber é que comportamentos de exclusão, intimidação e agressões repetitivas — características do bullying —  podem estar presentes na realidade desse estudante. Mas, então, como combater casos de bullying?

Essa pergunta vai guiar tudo o que vamos conversar por aqui. Vamos falar sobre o conceito, formas de prevenção, estratégias, o papel da família e dos educadores nessa questão.

O que realmente caracteriza o bullying?

Antes de tudo, é importante diferenciar o bullying de conflitos pontuais entre estudantes. A agressividade faz parte do desenvolvimento humano, e, durante o crescimento, os jovens testam limites e aprendem a conviver. Não se trata de esperar que sejam comportados o tempo todo, mas, sim, de educá-los para práticas saudáveis de convivência.

Já o bullying é caracterizado por comportamentos agressivos intencionais que ocorrem repetidamente em uma relação desigual de poder. No período escolar, pode se manifestar de formas mais sutis:

    • Excluir constantemente uma criança das brincadeiras ou um adolescente das rodas de conversa;
    • Colocar apelidos pejorativos recorrentemente;
    • Destruir ou esconder pertences de um mesmo estudante em várias ocasiões;
    • Empurrões e agressões físicas direcionadas sempre ao mesmo colega.

Em resumo: a chave para identificar o bullying está na repetição e no desequilíbrio de poder, e não em conflitos pontuais ou disputas mútuas, que fazem parte do desenvolvimento social.

Identificando o bullying na educação infantil

Os primeiros anos da vida escolar da maioria dos alunos são os primeiros momentos de convívio com sujeitos que não fazem parte de seu ciclo familiar. Nesse sentido, temos a oportunidade de ensinar valores de respeito à diferença e bom convívio que serão fundamentais por toda a vida.

Por isso, ensinar a criança a lidar com suas emoções é uma tarefa a  ser compartilhada  tanto entre os pais ou responsáveis, quanto com os professores e familiares desde a infância, sendo uma das formas para evitar que o bullying se dissemine.

Ao aprenderem a reconhecer e nomear suas próprias emoções, as crianças desenvolvem maior autocontrole e empatia, podendo tornar-se menos propensas a agredir os outros ou a tolerar agressões.

Mas como reconhecer os sinais que mostram que uma criança sofre bullying? Na escola, os educadores e familiares precisam estar atentos às mudanças de comportamento, como:

    • Resistência em ir à escola sem motivo aparente;
    • Alterações no sono ou apetite;
    • Isolamento ou tristeza inexplicáveis;
    • Regressão em comportamentos já superados;
    • Medos novos e intensos;
    • Queixas frequentes de dores de cabeça ou barriga.

Outro ponto importante é observar não só a criança que pode estar sofrendo, mas, também, aquela que demonstra comportamentos agressivos recorrentes, lembrando que ambas precisam de acolhimento e orientação — não de rótulos.

Identificando o bullying no ensino fundamental

No ensino fundamental, o bullying ganha contornos mais complexos, variando entre os anos iniciais e finais. Nesta fase, os estudantes estão desenvolvendo sua identidade e habilidades sociais, tornando-se mais suscetíveis tanto a sofrer quanto a praticar bullying.

Nos anos iniciais (1º ao 5º ano), podem ser observados:

    • Formação de grupos exclusivos que rejeitam sistematicamente determinados colegas;
    • Bilhetes ou desenhos ofensivos sendo passados entre os alunos;
    • Brincadeiras que sempre humilham os mesmos estudantes;
    • Diminuição no rendimento escolar e perda de interesse em atividades antes prazerosas;
    • Recusa em participar de trabalhos em grupo ou apresentações orais.

Já nos anos finais (6º ao 9º ano), os sinais podem incluir:

    • Comentários depreciativos sobre aparência física, condição socioeconômica ou desempenho escolar;
    • Isolamento social deliberado e organizado por grupos;
    • Aumento na frequência de faltas, principalmente em dias de determinadas aulas;
    • Desaparecimento de objetos pessoais e materiais escolares com regularidade;
    • Preferência por permanecer próximo a funcionários ou professores durante os intervalos;
    • Postagens em redes sociais e mensagens em grupos que exponham, ridicularizem ou excluam determinados estudantes.

Nesta fase, é fundamental que os educadores observem as dinâmicas sociais da turma, incentivem discussões sobre respeito e implementem projetos que promovam a inclusão de todos os alunos.

No 6º ano do Ensino Fundamental — Anos Finais, os alunos do LIV são convidados a criarem um projeto colaborativo com base na temática convivência, possibilitando a discussões sobre o bullying, cyberbullying, respeito às diferenças e empatia.

Identificando o bullying no ensino médio

No ensino médio, o bullying frequentemente assume formas mais sutis e psicologicamente complexas. Os adolescentes, mais conscientes das hierarquias sociais e preocupados com sua imagem, podem desenvolver estratégias sofisticadas de exclusão e intimidação.

Alguns sinais específicos desta fase incluem:

    • Isolamento digital: exclusão proposital de grupos de mensagens, eventos sociais ou atividades extracurriculares;
    • Comentários sarcásticos e críticas constantes disfarçadas de “brincadeiras” ou “conselhos”;
    • Difamação e rumores espalhados tanto presencialmente quanto em ambientes digitais;
    • Comportamentos de automutilação ou ideação suicida;
    • Mudanças drásticas no estilo de vestir ou na aparência na tentativa de se adequar ou passar despercebido;
    • Relutância em participar de atividades acadêmicas colaborativas;
    • Expressões de ansiedade (ou pânico) antes de apresentações ou trabalhos em grupo;
    • Queda significativa no desempenho acadêmico, especialmente em estudantes antes dedicados;
    • Comportamentos de risco como uso de substâncias ou envolvimento em situações perigosas para buscar aceitação.

É importante que os educadores estejam cientes de que, nesta fase, os estudantes, no geral, têm dificuldade em relatar o bullying diretamente. Por isso, a observação atenta dos padrões de comportamento e a manutenção de canais de comunicação confidenciais são essenciais para identificar e intervir em situações de bullying no ensino médio.

Como combater o bullying na escola: estratégias de prevenção e intervenção

Segundo dados do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2023, cerca de 38% das escolas brasileiras dizem enfrentar problemas de bullying. Esse número preocupante nos convida a refletir: como intervir, de forma eficaz, em todas as séries da educação escolar?

Caio Lo Bianco, idealizador e CEO do LIV,  destaca em um artigo publicado no jornal O Globo: “Se a gente não começar a reestruturar o que é prioridade dentro da escola, que tipo de discussões vamos ter e qual é o papel do professor em sala de aula, vai ser muito difícil resolvermos qualquer questão”.

Com isso em mente, é essencial adotar estratégias para prevenir e intervir na prática do bullying. A seguir, apresentamos algumas ações importantes nesse sentido.

Desenvolvimento de habilidades socioemocionais

É importante que os  estudantes aprendam a reconhecer e expressar suas emoções de maneira saudável. Afinal, quando um jovem está frustrado ou com raiva, pode acabar reagindo de forma agressiva por não saber como colocar para fora o que está sentindo. Por isso,  é essencial ensinar caminhos para que ele possa a identificar esses sentimentos e lidar com eles de forma construtiva.

Para os adolescentes, atividades como rodas de conversa, recursos audiovisuais com temas relevantes e jogos colaborativos podem ajudar nesse desenvolvimento. Por outro lado, o uso de bonecos, fantoches e desenhos permite que as crianças expressem suas emoções de maneira lúdica e segura.

Criação de um ambiente seguro e acolhedor

Estabelecer combinados claros sobre respeito mútuo, criar espaços de escuta e valorizar as diferenças individuais pode contribuir para um clima escolar mais saudável. Quando os estudantes se sentem seguros e pertencentes ao grupo, há menos probabilidade de comportamentos agressivos.

É importante lembrar que não precisamos forçar amizades entre todos os estudantes, mas devemos incentivá-los a tratar uns aos outros com respeito, mesmo quando não há afinidade.

Mediação de conflitos pelo diálogo

Quando surgem desentendimentos, os adultos podem ajudar a mediar a situação, incentivando o estudante a expressar seus sentimentos e a explorar caminhos para a resolução pacífica.

Procure fazer algumas perguntas. Por exemplo: “Como você acha que o colega se sentiu?” e “O que poderia fazer diferente da próxima vez?” Esses questionamentos estimulam a reflexão e a empatia.

Uma medida que educadores podem adotar é a implementação de momentos para discutir as relações, o respeito às diferenças e a importância de resolver conflitos pelo diálogo. Todos são assuntos ligados à educação socioemocional nas escolas, que incentivam a comunicação, a empatia e o pensamento crítico.

É muito mais fácil praticar a violência contra aqueles que não conhecemos. Na medida em que você passa a enxergar o outro, a entender suas vulnerabilidades, as chances de cometer uma violência contra essa pessoa são reduzidas. É importante que as instituições de ensino ofereçam, de forma intencional, espaços de escuta e de fala para toda a comunidade escolar. 

Precisamos pensar em maneiras de endereçarmos os conflitos, que são naturais de uma escola, por meio da linguagem, da palavra, e do diálogo, evitando que escalonem para agressões”, diz Caio Lo Bianco.

No LIV, ao longo do Ensino Fundamental Anos Finais e Ensino Médio, criamos a dinâmica do Círculo da Confiança, um momento de acolhimento e escuta de questões específicas ou mais amplas que envolvem a realidade dos alunos desta faixa etária.

O papel da família na prevenção ao bullying

A parceria família-escola é fundamental no combate ao bullying. Quando os valores ensinados em casa são coerentes com os trabalhados na escola, a criança ou adolescente pode aprender mais facilmente comportamentos de respeito e empatia.

Pais e responsáveis podem contribuir:

    • Conversando abertamente sobre emoções e convivência;
    • Sendo exemplo de comportamentos respeitosos nas interações diárias;
    • Apresentando caminhos para  o jovem se posicionar diante de situações injustas;
    • Estando atentos aos sinais de que algo não vai bem;
    • Mantendo comunicação constante com a escola.

Como a metodologia LIV trabalha a prevenção?

O programa socioemocional LIV dedica momentos estruturados para o cuidado do socioemocional de toda a comunidade: alunos, famílias e equipe escolar.

Inspirados na teoria de Paul Ekman, na educação infantil, convidamos a criança a reconhecer e nomear as emoções básicas:

    • Medo;
    • Alegria;
    • Tristeza;
    • Raiva;
    • Amor — essencial nos vínculos afetivos e na construção subjetiva.

Por meio de recursos engajadores, como músicas, histórias e personagens exclusivos, as crianças identificam as emoções nas situações comuns do seu dia a dia.

Do 1º ao 3º ano, temos como foco o conceito da Inteligência Emocional do psicólogo Daniel Goleman. Por meio de histórias e personagens exclusivos, auxiliamos os alunos a compreenderem sentimentos complexos e estimulamos os quatro pilares da sua teoria:

    • Autoconhecimento;
    • Autorregulação;
    • Empatia;
    • Relacionamento.

Nos 4º e 5º anos, iniciamos uma aventura intergaláctica! Com projetos e jogos colaborativos exclusivos, estimulamos que os estudantes entendam o seu papel no mundo.

Apostamos na gamificação e no protagonismo dos alunos para começar a realizar o desenvolvimento das habilidades socioemocionais, como comunicação, criatividade e colaboração.

Considerações finais: uma responsabilidade compartilhada

Para prevenir e combater o bullying na educação escolar, é essencial que toda a comunidade se envolva. Mais do que buscar “vilões” e “vítimas”, o importante é  criar espaços onde as crianças e adolescentes aprendam a conviver com respeito às diferenças.

O LIV oferece ferramentas eficazes contra o bullying por meio da Educação Socioemocional. Quer conhecer melhor essas ferramentas? Clique abaixo.

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Como educadores e familiares, devemos estar atentos, intervir quando necessário e, principalmente, criar contextos onde a empatia, o respeito e o diálogo sejam práticas cotidianas. Assim, possibilitamos a formação de estudantes emocionalmente inteligentes, capazes de construir relações saudáveis ao longo da vida.

Gostou de aprender como combater o bullying na educação escolar? O que acha de colocar esse conhecimento em prática? Inscreva-se agora mesmo no nosso evento on-line e gratuito “Bullying na sua escola?”. Será no dia 10/04/25, às 19 horas, com um bate-papo com Daniel Moraes — Consultor Pedagógico do LIV. Não perca!




O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é o programa de educação socioemocional presente em escolas de todo o Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do outro e do mundo.

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